Não
me parece descabido servir-me dos excertos abaixo para responder ao tema de
hoje. Retirei-os de uma entrevista a Arturo Pérez-Reverte em outubro de 2002
sobre o seu livro O Cemitério dos Barcos sem Nome. Nos vários livros que
li dele, sempre notei a relevância das características e desempenho das suas
personagens femininas. Singulares e de certo modo misteriosas, são lutadoras e
ultrapassam obstáculos aparentemente inultrapassáveis. Agora, conhecendo directamente
através das palavras do escritor o que pensa sobre as mulheres, percebo a razão
do que costumo sentir ao lê-lo.
«A mulher, por tantos séculos de olhar em silêncio, vê mais do que o homem vê. Ela não se pode enganar como o homem frente à dor e ao horror, é incomparavelmente mais consciente. Isso faz com que seja uma espécie de soldado perdido em território inimigo.»
«A aventura fundamental deste livro
tem a ver com o facto de a mulher ser o único grande enigma que o homem não
conseguiu resolver. Ele foi à Lua, ao fundo do mar, conhece os segredos da
genética, mas o silêncio da mulher, a linguagem que existe por trás desse
silêncio, esse desprezo tão intenso, essa coragem quando luta por algo que lhe
importa, essa crueldade (pois a mulher sabe que se for vencida não tem segunda
oportunidade), está por resolver. Esta é a aventura de Coy.»
M
7 comentários:
Brutal, já tinha lido qualquer coisa parecida como essa definição. Será que as mulheres já decifraram o enigma "homem"?
Não me parece, Mónica. Nem um nem outro se decifraram mutuamente. Quando, e se isso acontecer um dia, deixa de haver "homem" e "mulher" e passa a haver outra coisa qualquer...
Tens razão em parte, por outro lado acho que há muita coisa que os profissionais de psicologia/antropologia sabem sobre os comportamentos de homens e mulheres e que nós não sabemos, vamos experimentando
Tem a ver com as mulheres da Agustina que bem sabia do assunto.
O eterno enigma
Luisa
Os obstáculos com que se deparam as mulheres. Sempre diferentes e inesperados, só elas sabem o segredo das suas dificuldades e como as ultrapassar.
Não conheço o autor mas vou peusqisar. Um texto muito inteuressante.
Teresa
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