quinta-feira, junho 21, 2012

11. ~pi

É por dentro da pedra que a água cresce. 
Tendemos a esquecer que será sublime esse sulco de aresta revelado. A pedra cai e escutamos o seu coração desfeito em nada: pedra contra pedra, o imenso interior ensimesmado auscultamos a sós, na língua, a invenção da saudade. Daqui seguimos muito devagar. 
Inebriados pela liquidez de ser, embebidos no deserto azul da tarde. 
~pi

2 comentários:

M. disse...

Adoro a expressão "embebidos no deserto azul da tarde". Ainda que reveladora de grande solidão. O que não será talvez de surpreender: não seremos todos nós uns solitários de os mesmos?

M. disse...

"Solitários de nós mesmos". Era isso que queria escrever.