Fico contente, e menos culpada, por as tais letrinhas encavalitadas não vos terem impedido de comentar.
Nada nos demove deste convívio semanal, está visto.
M
quinta-feira, fevereiro 28, 2013
«COM AS PALAVRAS DENTRO DO OLHAR»
AGENDA PARA MARÇO DE 2013
«In a good play every speech should be as flavored as a nut or apple»
John Millington Synge (1871-1909)
Dia
7 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “in”
para formar as nossas palavras. Poderá ser colocada no início, no
meio ou no fim da palavra que escolhermos. E não se esqueçam da
fotografia.
Dia
14 - Reticências
com
a frase “Era
apenas”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia 21 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Teresa Silva.
Dia 28 - Fotografando as palavras de outros sobre o poema
Dia 21 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Teresa Silva.
Dia 28 - Fotografando as palavras de outros sobre o poema
Árvores Nuas
Quando
as mãos carinhosas de outro sol
seu
corpo agreste enfeitem novamente,
que
será já dos ventos que as despiram?
Pobres
ventos sem alma que as despiram!
Sebastião
da Gama, Cabo
da Boa Esperança (Janela Aberta), Colecção Poesia,
Edições Ática, 1959
«FOTOGRAFANDO AS PALAVRAS DE OUTROS»
Assim se cumpriu o desafio desta semana, parecendo-me que de modo agradável e criativo.
Nalguns casos, os autores das fotografias abaixo partilhadas acompanharam-nas com excertos do texto de Philip Roth ou com palavras ao jeito de cada um. Terá sido a maneira de, sendo o texto grande, provocador e difícil de ilustrar no seu todo com uma imagem apenas, evidenciar a parte que mais terá tocado a cada um de nós. Julgo eu, assim aconteceu comigo.
Nalguns casos, os autores das fotografias abaixo partilhadas acompanharam-nas com excertos do texto de Philip Roth ou com palavras ao jeito de cada um. Terá sido a maneira de, sendo o texto grande, provocador e difícil de ilustrar no seu todo com uma imagem apenas, evidenciar a parte que mais terá tocado a cada um de nós. Julgo eu, assim aconteceu comigo.
«Conseguem
imaginar a velhice? É claro que não. Eu não conseguia. Não era
capaz. Não fazia a mínima ideia de como era. Não tinha sequer uma
falsa ideia – não tinha imagem nenhuma. E ninguém quer outra
coisa qualquer. Ninguém quer enfrentar nada disto antes de não ter
outro remédio. Como vai ser? (...)
(…)
Compreensivelmente, é inimaginável qualquer fase da vida mais
adiantada do que a nossa. Às vezes já vamos a meio da fase seguinte
antes de nos darmos conta de que entrámos nela. (…)
Há
que fazer uma distinção entre morrer e a morte. Nem tudo é morrer
ininterruptamente. Se somos saudáveis e nos sentimos bem, vamos
morrendo invisivelmente. O fim, que é uma certeza, não tem de ser
arrojadamente anunciado. Não, não podemos compreender. A única
coisa que compreendemos acerca dos velhos quando não somos velhos é
que foram marcados pelo seu tempo. Mas compreender apenas isso
imobiliza-os no seu tempo, o que equivale a não compreender nada.
Para aqueles que ainda não são velhos ser velho significa que já
fomos.
Mas ser velho também significa que, apesar de, e além de e para lá
do nosso estado de ser, ainda somos.
O nosso estado de ser está muito vivo. Ainda somos e sentimo-nos tão
atormentados pelo ainda-ser e pela sua plenitude como pelo
já-ter-sido e pela sua qualidade de passado. Pensem na velhice do
seguinte modo: o facto de a nossa vida estar em risco é apenas um
facto quotidiano. Não podemos esquivar-nos ao conhecimento daquilo
que em breve nos espera. O silêncio que nos envolverá para sempre.
Tirando isso, é tudo a mesma coisa. Tirando isso, somos imortais
enquanto vivermos.»
O
Animal Moribundo,
Philip Roth, Publicações Dom Quixote, Novembro 2008
7. M.
«A única coisa que compreendemos acerca dos velhos quando não somos velhos é que foram marcados pelo seu tempo. Mas compreender apenas isso imobiliza-os no seu tempo, o que equivale a não compreender nada. Para aqueles que ainda não são velhos ser velho significa que já fomos. Mas ser velho também significa que, apesar de, e além de e para lá do nosso estado de ser, ainda somos.»
M
6. Luisa
5. Licínia
4. Justine
O Sr. Manel Cartucho tem 90 anos e dirige há mais de 60 uma mercearia no centro de Ourém. A mercearia é um autêntico museu, e a memória do Sr. Manel Cartucho (alcunha, claro, mas ninguém o conhece por outro nome) um repositório da história de Ourém. Todos os dias abre pontualmente a loja às 9h, e ali fica o dia inteiro à porta, conversando com quem passa, porque vender, vende pouco. Mas ele não se preocupa. O que é importante é abrir a porta todos os dias, e todos os dias dizer bom dia aos amigos das lojas vizinhas.
O Sr. Manel Cartucho é o exemplo de que “…Tirando isso, é tudo a mesma coisa. Tirando isso, somos imortais enquanto vivermos.”
Justine
2. Bettips
segunda-feira, fevereiro 25, 2013
PARTILHAS
O link de um filme que a Bettips me enviou e a quem pedi autorização para o partilhar convosco.
É bastante longo, cerca de uma hora e meia, mas imprescindível.
http://vimeo.com/31260930
É bastante longo, cerca de uma hora e meia, mas imprescindível.
http://vimeo.com/31260930
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
AGENDA PARA FEVEREIRO DE 2013
Dia
28 - Fotografando
as palavras de outros sobre
o excerto abaixo reproduzido, que considero muitíssimo interessante.
Embora corra o risco de que este texto possa ser sentido por alguns
como pesado ou perturbador, ele é, na minha opinião, uma reflexão
sábia, e por isso mesmo também reconfortante, perante uma realidade
que acompanha a existência humana.
«Conseguem
imaginar a velhice? É claro que não. Eu não conseguia. Não era
capaz. Não fazia a mínima ideia de como era. Não tinha sequer uma
falsa ideia – não tinha imagem nenhuma. E ninguém quer outra
coisa qualquer. Ninguém quer enfrentar nada disto antes de não ter
outro remédio. Como vai ser? (...)
(…)
Compreensivelmente, é inimaginável qualquer fase da vida mais
adiantada do que a nossa. Às vezes já vamos a meio da fase seguinte
antes de nos darmos conta de que entrámos nela. (…)
Há
que fazer uma distinção entre morrer e a morte. Nem tudo é morrer
ininterruptamente. Se somos saudáveis e nos sentimos bem, vamos
morrendo invisivelmente. O fim, que é uma certeza, não tem de ser
arrojadamente anunciado. Não, não podemos compreender. A única
coisa que compreendemos acerca dos velhos quando não somos velhos é
que foram marcados pelo seu tempo. Mas compreender apenas isso
imobiliza-os no seu tempo, o que equivale a não compreender nada.
Para aqueles que ainda não são velhos ser velho significa que já
fomos.
Mas ser velho também significa que, apesar de, e além de e para lá
do nosso estado de ser, ainda somos.
O nosso estado de ser está muito vivo. Ainda somos e sentimo-nos tão
atormentados pelo ainda-ser e pela sua plenitude como pelo
já-ter-sido e pela sua qualidade de passado. Pensem na velhice do
seguinte modo: o facto de a nossa vida estar em risco é apenas um
facto quotidiano. Não podemos esquivar-nos ao conhecimento daquilo
que em breve nos espera. O silêncio que nos envolverá para sempre.
Tirando isso, é tudo a mesma coisa. Tirando isso, somos imortais
enquanto vivermos.»
O
Animal Moribundo,
Philip Roth, Publicações Dom Quixote, Novembro 2008
O DESAFIO DE HOJE: «COM AS PALAVRAS DENTRO DO OLHAR»
13. Zambujal
As palavras embrulham-se, enovelam-se, na procura de referências que o olhar lhes traga aos dedos sobre o teclado. Uma loja em bric-à-brac?!
Coisas.Cada uma com a sua história. O candeeiro, o açucareiro, um bule (quantos chás?), terrinas, a miniatura de um barco sobre uma mesa, móveis antigos.
E seria preciso ver mais longe, levar o olhar ao fundo da sala. Com a foto demasiado pequena para fazer saltar as palavras. Talvez um zoom…
Uma figura de mulher por ali perdida (ou encontrada?)
Zambujal
Coisas.Cada uma com a sua história. O candeeiro, o açucareiro, um bule (quantos chás?), terrinas, a miniatura de um barco sobre uma mesa, móveis antigos.
E seria preciso ver mais longe, levar o olhar ao fundo da sala. Com a foto demasiado pequena para fazer saltar as palavras. Talvez um zoom…
Uma figura de mulher por ali perdida (ou encontrada?)
Zambujal
12. Teresa Silva
Gosto
muito desta fotografia. Adoro
lojas de antiguidades/velharias, de preferência desarrumadas q.b. Lá
encontra-se sempre um móvel, uma peça de loiça, porcelana ou vidro
ou outro objecto qualquer que, de imediato, nos remete para a
infância, para a casa de uma Avó, Tia ou de alguém muito chegado;
locais por onde passámos...
Teresa
Silva
11. Rocha/Desenhamento
Nos
anos 50 e 60, em Lisboa, era comum haver lojas bazar, sítios onde se
vendia de tudo um pouco, sobretudo utensílios domésticos, desde
apetrechos de cozinha a elementos de iluminação, candeeiros, móveis
de pequeno porte, cadeiras, adereços de ornamento, peças mais ou
menos híbridas de apoio em diversos campos, de vidro, metais e
madeira. As lojas eram, só por si, recantos de arrumação
complicada, mas as contralojas, armazéns onde guardavam reservas,
chegavam a parecer «florestas» de coisas empilhadas, de diferentes épocas
e fabricos, como a fotografia ilustra. A fotografia proposta é de
uma contraloja de um armazém ainda existente assim em Campo de
Ourique. Rua Ferreira Borges.
rocha|
desenhamento
10. ~pi
o
vazio aconchegava-se na vagarosa circulação do quarto:
havia o lugar onde se reunia o espólio dum tempo
habitado
éramos duas, as bailarinas, abrindo lapsos pelos soalhos
esburacados:
outra-de-mim-eu e a mulher-estátua que transportava
na luz das mãos
um ritual eternamente inacabado
a espessura cinzenta da memória reunida numa taça de louça
como ela mesma era da louça - fina, frágil e
sagrada.
havia o lugar onde se reunia o espólio dum tempo
habitado
éramos duas, as bailarinas, abrindo lapsos pelos soalhos
esburacados:
outra-de-mim-eu e a mulher-estátua que transportava
na luz das mãos
um ritual eternamente inacabado
a espessura cinzenta da memória reunida numa taça de louça
como ela mesma era da louça - fina, frágil e
sagrada.
~pi
9. Mena M.
Com
as palavras dentro do olhar sobre este depósito de memórias
materiais de vidas passadas, pergunto-me quantas histórias
apaixonantes não teriam para contar estas belíssimas peças,
pudessem elas falar...
Mena
8. M.
Alguém, e alguém, e mais alguém. Mundos.
Esquecimento e lembrança. Abandono e abrigo. Portas que se fecham sobre existências passadas e se abrem para dentro da presença de estranhos. Objectos calados recomeçando a vida. Demorando-se no lugar temporário dos instantes. Sôfregos de olhares que se encontram no espaço que perdura para além da morte dos instantes. Aguardando o toque de mãos desconhecidas que lhes sintam a pele envelhecida. Ávidos de palavras a desabrocharem em bocas prontas a amá-los com palavras de pertença. Gestos que desapareceram e se repetem.
A vida e o nada de cada um no desenrolar dos dias.
M
Esquecimento e lembrança. Abandono e abrigo. Portas que se fecham sobre existências passadas e se abrem para dentro da presença de estranhos. Objectos calados recomeçando a vida. Demorando-se no lugar temporário dos instantes. Sôfregos de olhares que se encontram no espaço que perdura para além da morte dos instantes. Aguardando o toque de mãos desconhecidas que lhes sintam a pele envelhecida. Ávidos de palavras a desabrocharem em bocas prontas a amá-los com palavras de pertença. Gestos que desapareceram e se repetem.
A vida e o nada de cada um no desenrolar dos dias.
M
6. Licínia
Os meus olhos envelheceram. A foto também, nos seus tremidos e torcidos. Decadências, muito a propósito do conteúdo que atraiu o fotógrafo. Os objectos, perdidos dos donos, mudados de lugar, de tempo, cumprem agora destino transitório para que não foram criados. Empilhados, desalinhados, convivem com aliatoriedades, diacronias, disparidades e outras palavras caras que lhes dêem estatuto que já tiveram ou outro que sonharam ter. Amontoados de histórias, intervalos de suspiros, risinhos irónicos de estatuetas de mulheres veladamente nuas, flores esquecidas na secura de livros tavez lidos, impressões digitais, de muitos dedos de muitas mãos, de muita gente que pelos objectos passou, os acariciou, os desviou, os transportou para uma deportação em campus mais ou menos culto, mais ou menos endinheirado, de admiradores de passados, todos eles perdidos, todos eles amortecidos na impiedade da poeira.
Licínia Quitério
Licínia Quitério
5. Justine
Era inevitável, diziam amigos e familiares, que previam há muito um desfecho dramático. O Sr. Conde todas as noites no salão de jogos do casino; a esposa sem prescindir das compras semanais na Avenida; o filho, dandy e diletante, em Cambridge a terminar o curso já lá iam dez anos! Acabaram por ir viver para uma aldeia de Trás-os-Montes, em casa remediada de uma prima plebeia mas benevolente. O recheio da mansão, vendido a um antiquário sem escrúpulos, deu para o sustento no primeiro mês…
Justine
Justine
4. Jawaa
Um antiquário é um lugar de culto. É uma catedral antiga, daquelas onde repousam os mortos pela Idade Média, as inscrições dos túmulos apagadas pelo deslizar dos passos ao longo da nave. Os objectos amontoam-se lado a lado, unidos pelas memórias mais perenes de quem um dia os exaltou, votados agora ao abandono à solidão ao esquecimento. Gritam ainda a sua nobreza, o brilho, o esplendor antigo, contam em silêncio as viagens os sonhos as venturas, marcam épocas, sugerem intimidades.
Os objectos de arte herdam-se, não se compram, dita a altivez da boa linhagem, mas é a esperança que lhes resta, o resgate pelo poder da moeda.
Jawaa
Os objectos de arte herdam-se, não se compram, dita a altivez da boa linhagem, mas é a esperança que lhes resta, o resgate pelo poder da moeda.
Jawaa
3. Bettips
As velhas coisas contam experiências, falam das vozes misteriosamente caladas na dança fugaz do tempo.
Assinalam erros de perspectiva, como um centro de mesa dançando junto de um barco, longe das terrinas e dos jantares de gala.
Porque vemos uma cadeira flutuando acima de um cisne?
Porque tudo é possível numa loja de antiguidades, tal qual encontramos estranhos símbolos no bric-à-brac da nossa memória de vida.
Bettips
Assinalam erros de perspectiva, como um centro de mesa dançando junto de um barco, longe das terrinas e dos jantares de gala.
Porque vemos uma cadeira flutuando acima de um cisne?
Porque tudo é possível numa loja de antiguidades, tal qual encontramos estranhos símbolos no bric-à-brac da nossa memória de vida.
Bettips
2. Benó
Sintética e pragmática eis a minha opinião com as palavras dentro do olhar para a foto desta semana.
Caos, desordem, confusão num espaço cheio de trastes velhos. O nosso Portugal de hoje.
Benó
Benó
1. Agrades
Objetos do passado, ambicionados pela sua elegância e qualidade, que tiveram honras de destaque, hoje estão amontoados em antiquários à espera de uma segunda oportunidade...
Agrades
Agrades
quinta-feira, fevereiro 14, 2013
O DESAFIO DE HOJE: «RETICÊNCIAS»
A beleza de "o vazio" expressa nas fotografias e nos textos mais abaixo identificados.
13. Zambujal
O
Vazio… é,
também, um estado de espírito. Ou um soco no estômago, o que não
é o mesmo mas é igual.
No
meio de uma viagem turística, com os olhos (e o espírito) cheios de
beleza e verde e mar e equador, a brutalidade de um espaço vazio,
abandonado, degradado, ruína industrial. Que foi um hospital numa
roça em S.Tomé e Príncipe. Quando os mercados eram de cacau para a
indústria do chocolate com sede na Suíça e algures.
Hoje… um vazio. Um
soco no estômago. Os mercados são outros. Que nem doces são.
Zambujal
12. Teresa Silva
11. Rocha/Desenhamento
O vazio aconteceu. Não é um vazio qualquer, de mistura com o silêncio depois da brisa. É o vazio ele mesmo, no termo de uma vida que me deixa apenas este sinal de tantos anos, uma simples aliança tão nova e brilhante como nos primeiros dias e a écharpe que usava no tempo mais frio, enquanto as suas mãos dedilhavam duas agulhas na invenção de outras peças assim, ou de lã ou de linha, umas para replicar o conforto, as de fio branco para florir espaços lisos com flores entrançadas, simetrias e folhas simuladas sobre a mesa. O vazio está na paragem desses sinais de vida, nessa presença, até mesmo nesse silêncio. O vazio decorre ainda do lugar abandonado, destas duas referências aqui tombadas, sem dono, nem história, porque só eu as conheço, a alma vazia, um adeus por dentro, quase nada para substituir a ausência.
Rocha de Sousa
10. ~pi
O vazio enchera as corolas de silêncio, a casa fora há muito desabitada. Ali se foram criando as cegas flores das pedras, amarelas como açafrão, flores que se ocultavam, crescendo seu nome pelo sulcado interior da parede virada a norte.
Permanecia porém ali o seu traço, numa profusão de raizes secas muito duras, misturando-se no musgo e nos corações ali esquecidos - corações setados que os visitantes da ilha tinham desenhado e redesenhado, enquanto, de olhos vidrados no mar, esperavam um sinal do barco.
~pi
9. Mena M.
8. Mac
5. Licínia
O vazio agarra-nos pela garganta, sobe, irradia, instala-se na nossa mesa. Não fala porque nada há para ser dito. A praça é um cenário de cartão. As pessoas são meros sinais de ausência. Os pássaros não se atrevem ao voo. O vazio é o nome que damos à cidade que somos quando o amor desaprendemos.
Licínia
4. Justine
3. Bettips
2. Benó
O vazio instalou-se nesta rua alentejana. Nem pessoas, nem cão ou gato, nenhum sinal de vida. As flores às janelas estão secas, morreram. Sim, porque as flores gostam da companhia das gentes e quando umas desaparecem as outras morrem à míngua de carinhos. Certamente, por aqui correram crianças empurrando os seus arcos ou pontapeando alguma bola de trapos. Ao fim do dia, rodaram carroças puxadas pelas bestas já conhecedoras do caminho que até se dirigiam, sem guia, para o seu destino. Passearam namorados rindo e brincando tendo no olhar aquele brilho especial que só o amor consegue dar. Houve alegria, vida, movimento. Hoje, só o vazio mora aqui.
Benó
quinta-feira, fevereiro 07, 2013
AGENDA PARA FEVEREIRO DE 2013
Dia
14 - Reticências
com
a frase “O
vazio”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
O DESAFIO DE HOJE
Dia 7 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba
“A” para formar as nossas palavras. Poderá ser colocada no início, no meio ou no fim da palavra que escolhermos. E não se esqueçam da fotografia.
Parece que se cumpriu bem, não acham? Com a habitual variedade de interpretações, cores, olhares, e algumas palavras extra ao gosto de quem as partilhou connosco.
Parece que se cumpriu bem, não acham? Com a habitual variedade de interpretações, cores, olhares, e algumas palavras extra ao gosto de quem as partilhou connosco.
14. Zambujal
Atingido
Porque achei graça ao mail que acompanhava a sua participação no desafio de hoje, pedi-lhe autorização para o partilhar convosco, o que me foi concedido.
«Bom
diA, Manuela
Um pouco Aturdido, Atarantado,
mas não Anestesiado, talvez um tudo nada Abúlico mas sempre ao
Ataque, a tentar sempre Acertar, antes que isto dê raia… passo
Adiante e por Aí fora.Saíu Assim, decerto sem A-propósito. Talvez porque me caíram as telhas em cima… como podes ver pelo Anexo, isto é, sem nexo. Foi um Acidente que quase me Atingiu mas vá lá, foi no vidro Atrás, Atempadamente já passara.
Desculpa lá. Foi ao correr das teclas, carregando Adrede no a + shift…
Um bom dia,
São os desejos,
Aqui
do Zambujal»
13. Teresa Silva
12. Rocha/Desenhamento
Acabou
«…
assim foi
a tragédia dos ventos naquele dia, fúria ciclónica ou de tufão,
tornado outrora raro, a Natureza em fúria porque agredida por Deus e
pelo Homem, milhões e milhares de ciclos de vida desviados da sua
matemática. Porque muitas casas estavam velhas ou em fase de
desconstrução a força do sopro colossal acabou
com muitos restos, metades de muros, grandes árvores em vias de
morrer, partes meio desmontadas do território e das cidades. É
preciso recomeçar»
Rocha
de Sousa
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