quinta-feira, fevereiro 21, 2013

5. Justine

Era inevitável, diziam amigos e familiares, que previam há muito um desfecho dramático. O Sr. Conde todas as noites no salão de jogos do casino; a esposa sem prescindir das compras semanais na Avenida; o filho, dandy e diletante, em Cambridge a terminar o curso já lá iam dez anos! Acabaram por ir viver para uma aldeia de Trás-os-Montes, em casa remediada de uma prima plebeia mas benevolente. O recheio da mansão, vendido a um antiquário sem escrúpulos, deu para o sustento no primeiro mês… 

Justine

5 comentários:

M. disse...

É sempre assim, ou quase. O que nos chega às mãos sem esforço logo é abandonado...

Luisa disse...

Tristes histórias.

Rocha de Sousa disse...

Belíssima maneira de dar vida a este armazém de velharias que ain-
da estão virgens perante uma venda
já distante. Venda da aristocracia
a um antiquário: eu diria mesmo--
ferro velho

bettips disse...

O senhor Morgado volta às raízes ... olha que me fizeste lembrar o Eça!!!

Licínia Quitério disse...

E Agustina diria o resto...