quinta-feira, maio 09, 2013

12. Rocha/Desenhamento



Há momentos em que não chegam as vozes, nem os anjos, nem os milagres: a ausência da suprema ajuda é revelação de como a esperança, em deriva pela nossa consciência, nos faz depressa suspeitar, enquanto criadores insuperáveis, do sinal da condenação e do apagamento. Dizia um soldado gravemente ferido, com as mãos apertadas contra o sangue: «Há sempre a hipótese de Alguém nos salvar? Nunca dei por nada. Por esta terra fora, só os homens e as mulheres estão iluminados até ao momento em que morrem. E deles, nunca mais haverá sinais. Este é um mundo sem razão.»
Rocha de Sousa

10 comentários:

mena maya disse...

São os momentos finais, aos quais não podemos escapar...


Rocha de Sousa deixei-lhe um comentário e uma pergunta na minha foto "erótico" da semana passada, que presumo não tenha chegado a ler,pois não tive resposta

Licínia Quitério disse...

Momentos de perdição. Sempre os há.

M. disse...

Sim. é triste que assim seja. Uma espécie de contradição essa de criarmos e depois tudo deixarmos. O único consolo será talvez levarmos connosco a essência das coisas. Cada um escolherá e terá a sua essência das coisas, penso eu. Estamos apenas de passagem. Por muito que nos custe saber isso. Não queremos convencer-nos, ignoramos, adiamos o assunto, persuadidos de que escapamos.

agrades disse...

Um mundo de bons e maus momentos. O mundo que herdamos e construímos.a

Justine disse...

Os momentos de lucidez,terríveis, de que somos finitos e que de essa condição nunca sairemos...

bettips disse...

Sem razão é a morte do homem pelo homem, animal que mata por matar. Este é um mundo cheio de razões nefastas. Uma foto pungente, um deambular pela aflição...

do Zambujal disse...

Momentos em que nos interrogamos:
qual a razão?, qual o sentido?

do Zambujal disse...

Os momentos em que nos interrogamos:
qual a razão?, qual o sentido?

Luisa disse...

Algum sentido há-de haver. Ainda não o descobrimos.

~pi disse...

a consciência do fim, que vem precisamente, no pacote inicial.

(embora nem todos os fins nem todas as dores sejam iguais.)





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