Há
momentos em
que não chegam as vozes, nem os anjos, nem os milagres: a ausência
da
suprema ajuda é revelação de como a esperança, em deriva pela
nossa consciência, nos faz depressa suspeitar, enquanto criadores
insuperáveis, do sinal da condenação e do apagamento. Dizia um
soldado gravemente ferido, com as mãos apertadas contra o sangue:
«Há sempre a hipótese de Alguém nos salvar? Nunca dei por nada.
Por esta terra fora, só os homens e as mulheres estão iluminados
até ao momento em que morrem.
E deles, nunca mais haverá sinais. Este é um mundo sem razão.»
Rocha
de Sousa
10 comentários:
São os momentos finais, aos quais não podemos escapar...
Rocha de Sousa deixei-lhe um comentário e uma pergunta na minha foto "erótico" da semana passada, que presumo não tenha chegado a ler,pois não tive resposta
Momentos de perdição. Sempre os há.
Sim. é triste que assim seja. Uma espécie de contradição essa de criarmos e depois tudo deixarmos. O único consolo será talvez levarmos connosco a essência das coisas. Cada um escolherá e terá a sua essência das coisas, penso eu. Estamos apenas de passagem. Por muito que nos custe saber isso. Não queremos convencer-nos, ignoramos, adiamos o assunto, persuadidos de que escapamos.
Um mundo de bons e maus momentos. O mundo que herdamos e construímos.a
Os momentos de lucidez,terríveis, de que somos finitos e que de essa condição nunca sairemos...
Sem razão é a morte do homem pelo homem, animal que mata por matar. Este é um mundo cheio de razões nefastas. Uma foto pungente, um deambular pela aflição...
Momentos em que nos interrogamos:
qual a razão?, qual o sentido?
Os momentos em que nos interrogamos:
qual a razão?, qual o sentido?
Algum sentido há-de haver. Ainda não o descobrimos.
a consciência do fim, que vem precisamente, no pacote inicial.
(embora nem todos os fins nem todas as dores sejam iguais.)
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