quinta-feira, outubro 17, 2013

10. Mena M.

Guardadoras de espaços, tesouros e segredos, muitas vezes brinquedo improvisado, quem não se lembra que também serviam de apito, deixaram de ser úteis, estão out!
Hoje em dia as chaves são inteligentes, sofisticadas, electrónicas.
Ao olhá-las trouxeram-me à memória a minha mãe, que trazia sempre consigo um grande molho delas. Vezes sem conta as perdia, rezava o responso a Santo António, oferecia uma recompensa de vinte e cinco tostões a quem as encontrasse.
Um dos meus irmãos era quase sempre o felizardo, chamávamos-lhe o detective.
Um dia descobrimos que se apoderava delas num acto de distração da nossa mãe e as escondia, para depois de uma fingida busca as encontrar e reclamar o prémio...

Mena

7 comentários:

Rocha de Sousa disse...


In teressante: a foto das chaves
velhas apela, neste caso, para a
memória familiar, pessoas e gestos.

M. disse...

Deliciosas as associações de ideias que fazemos. Não fazia ideia que serviam de apito.

Licínia Quitério disse...

As tuas infindáveis histórias de uma infindável infância. Dessa do apito já não me lembrava.

bettips disse...

Do apito também esquecera! Do responso, sim, lembrara. De uma mãe com molho de chaves... Um outro tempo de vigilância e travessuras, gostei de imaginar, essas crianças tantas, diversas e tão bonitas. A riqueza familiar que nos transmites!
(sou filha única e desde "Os Cinco..." que sonho com irmãos e cumnplicidades).

Luisa disse...

Que história tão engraçada!

Justine disse...

Encantadora, a tua estória de infância!!! A riqueza inestimável dessas memórias...

Benó disse...

O que as chaves velhas nos trouxeram à memória. Recordei as apitadelas que dava com uma determinada chave e que tanto irritava a minha mãe.
Tinhas um mano espertalhão.