Com
as palavras dentro do olhar, mais
um desafio, imagem colada ao olhar e às palavras que podem dizer a
percepção desse acto visual. O que eu vi concentra-se
na fotografia da Bettips e configura, em tons de ferro e ferrugem
degenerativa, um molhe de velhas chaves ainda suspensas de um aro de
arame preso à parede. Isto suscita, contudo, derivas imagísticas em
torno de outras matérias menos duras, porventura orgânicas,
certamente também em decomposição. Aquilo que envolve a
metamorfose dos corpos, a sua trasladação da vida quotidiana para
dimensões diferentes, onde nada
se perde e tudo se transforma.
Rocha
de Sousa
6 comentários:
Pensamento positivo esse de "... onde nada se perde e tudo se transforma."
Filosoficamente falando da perenidade e da reconstrução. Um belo texto.
Gostei de pensar esta leitura. Ou de ler este pensamento. "degenerativa". E contudo a ferrugem tantas vezes adoça.
Em que se terão transformado os objectos fechados pelas chaves? Pó?
É importante lembrares esse princípio de que tudo se transforma na natureza, e de que a mudança faz parte da vida...
No entanto, as chaves não se transformaram, continuam a ser umas grandes chaves.
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