Não
vou considerar a composição e eventuais escalas dos elementos
formais da fotografia.
O seu efeito de surpresa quase nos transporta para o filme de Truffaut, “Fahrenheit 451", no qual um mundo futuro, totalitário, usava os bombeiros como agentes policiais incendiários, mandatados pelo poder para incendiarem todos os livros que encontrassem. A cultura era um mal alienante que as autoridades procuravam extinguir. Ora a fotografia que nos foi proposta apresenta, em contexto ambíguo, nocturno, um aviso de PERIGO relativamente à contaminação literária, post bilingue, português/inglês, o que só por si já é sinistro, uma língua de tutela universal e outra, a nossa, que é importante mas a tutela empurra para a famosa "periferia". Por agora, trata-se de uma brincadeira. Mas a brincadeira é uma espécie de previsão sobre o cada vez mais arrasante efeito da globalização.
O seu efeito de surpresa quase nos transporta para o filme de Truffaut, “Fahrenheit 451", no qual um mundo futuro, totalitário, usava os bombeiros como agentes policiais incendiários, mandatados pelo poder para incendiarem todos os livros que encontrassem. A cultura era um mal alienante que as autoridades procuravam extinguir. Ora a fotografia que nos foi proposta apresenta, em contexto ambíguo, nocturno, um aviso de PERIGO relativamente à contaminação literária, post bilingue, português/inglês, o que só por si já é sinistro, uma língua de tutela universal e outra, a nossa, que é importante mas a tutela empurra para a famosa "periferia". Por agora, trata-se de uma brincadeira. Mas a brincadeira é uma espécie de previsão sobre o cada vez mais arrasante efeito da globalização.
Rocha
de Sousa
2 comentários:
Curiosa abordagem do conteúdo da foto. Os nossos olhares são de facto múltiplos. Daí a riqueza deste desafio da M.
Considerações muito pertinentes. E correctíssima a ligação ao filme do Truffaut!
Enviar um comentário