Olhar é um pouco maquinal e aponta-nos o ver — ver o que nos rodeia, ver o que parece emergir do que se trabalha no interior dos olhos dos outros. Como neste caso (bela fotografia de Teresa) onde o favor da luz em contraste com um contexto nocturno nos lega diversos apelos à imagem. Em plongé o olhar configura o enquadramento da máquina e abre melhor o meu olhar aos olhos de Teresa, espaço rodeado de seguranças em ferro redondo e branco, linhas de uma «escultura» de envolvimento, moldadas e rodadas, escultórica, uma luz dourada por ali, uma espécie de cascata na avaliação e na diferença, os olhos prontos a reter o voo dessa imagem funda e bela.
Rocha de Sousa
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