Mortos
Confesso
que gosto de visitar cemitérios, é genealogia, é a história real
das pessoas. Na minha família não há qualquer tradição em culto
de mortos, não há campas não há missa, rezas, etc. mas falamos
dos "mortos", relembramos histórias e vivências. Por isso
acho "piada" o quanto as pessoas investem em cemitérios, é
uma perpetuação material da vida - quando se visita um cemitério e
se lê os nomes (datas de nascimento, mensagens, etc) estamos a
trazê-los à vida. Esta fotografia foi tirada no ano passado, nas
férias, é o cemitério de Cacela Velha que fica a poucos metros da
beira-mar, mesmo à saída da praia, um sitio bem peculiar para fazer
um cemitério. Depois da praia andamos a passear pela aldeia e
cemitério incluído.
Mónica
4 comentários:
Durante alguns anos mais leves da minha vida, passeava pelos cemitérios tal como descreves: lembrando os esquecidos, observando as mensagens, a humildade ou a grandeza. E também as estátuas. Este lugar conheço-o, é um sítio muito bonito, como toda Cacela Velha, cheio de sol e poesia.
Não gosto propriamente de cemitérios, mas também não me assustam. Quando o meu pai morreu, sentia-me lá bem, e durante cinco anos fui lá todos os dias.
A foto mostra bem a expressão do culto.
Visitar um cemitério pode de facto ser um modo de conhecer a história passada de uma terra, e também constatar que até depois da morte as pessoas se diferenciam, uns vão de mausoléu, outros de campa rasa...
Pois eu tenho um mau relacionamento com a morte e cemitérios, talvez porque a minha mãe me levava com ela a visitar os seus mortos, era eu ainda muito nova. Era assustador.
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