quarta-feira, julho 13, 2022

4. Licínia


Era uma olaia que ali vivia rente aos alicerces da casa. Em sua volta havia destroços de obras e lixo. Todos os anos a via florir e formulava desejo de que limpassem o lugar onde a árvore resistia. Chegou o dia de terem feito a limpeza que eu desejava, mas também a árvore desapareceu juntamente com o lixo.  Surpresa, tristeza senti, também indignação, pela insensibilidade das pessoas que a mandaram cortar porque talvez nunca tenham reparado nas suas maravilhosas flores que ao cair deixavam no chão um tapete colorido e generoso, a única nota de beleza naquele espaço moderno e sem graça.

Licínia

6 comentários:

Mónica disse...

Talvez as raízes perturbassem o edifício, não sei, mas indigna o corte de árvores

Justine disse...

É um crime contra a natureza, logo indignante, cortar árvores sãs, como essa pobre olaia!

Anónimo disse...

Foi uma pena cortarem a olaia. Mas como diz a Mónica talvez estivesse a perturbar o edifício, nomeadamente a canalização.

Teresa

bettips disse...

Há uma enorme insensibilidade para com a Natureza. E os serviços camarários não são, infelizmente, excepção.

Anónimo disse...

Fizeram o mesmo num largo em Alenquer. Para compensar a perda, pintaram uma olaia na parede. Modernices
Luisa

M. disse...

Se a razão para tirar dali a árvore foi as raízes estragarem a estrutura do edifício, podiam tê-la levado para um jardim e ela continuar nele a sua vida.