Ninguém pode dizer há quanto tempo ali estão. Há quem diga que quando começaram a partida eram novos, bem nutridos e trajavam coletes de cores garridas, à moda da sua terra. Outra gente ainda se lembra de os ver com sinais de idade madura, pálidos, de grandes barbas e bigodes.
Com o passar dos anos, aquela praça onde se sentam a jogar passou a ser menos frequentada e talvez por isso haja raros testemunhos de quem os viu muito mais magros, usando coletes cor de terra queimada.
Hoje lá permanecem, expostos ao impiedoso sol tropical, impávidos e mudos, nas suas vestimentas duras como metal, oxidadas nas costuras.
Estão cansados, mas não desistem do cheque ao rei. A partida infinita nenhum deles ganhará, é o que sabem.
Licínia
6 comentários:
Muito interessante o que encontraste e nos mostras. Fizeste-me lembrar "O Sétimo Selo"...
História muito bem contada, Licínia, a partir desta interessante escultura!
Interessantes este "enferrujados". Onde os poderemos ver?
Luisa
Lindíssima a cumplicidade metálica e a escrita. Muito bom!
Luísa, em Cartagena das Índias.
ía perguntar onde eram os trópicos dos xadrezistas, Colômbia, gostava de lá ir, América do sul, caraíbas, como diz a Luisa, já não vou a tempo :)))) muito interessantes imagem e texto
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