quarta-feira, abril 19, 2023

4. Licínia


 

As casas vestem o ocre da tarde.

O velho plátano desenha-se na parede em frente.

É a hora de rever amigos que descem a rua.

O Sol derrama-se oblíquo a afinar a geometria das sombras.

Silenciosas as casas aguardam o regresso dos homens, das mulheres.

Algumas ficam vazias porque os donos partiram para outros lugares.

A mornidão do ar abafa as vozes dos transeuntes.

Passa um rapaz e o seu cão.

Passo eu também.

Entro em casa.

Nos meus olhos apaga-se a luz da rua.

É de tarde e anoiteço.

 

Licínia

5 comentários:

Margarida disse...

Belíssimo o que escreves e como escreves. Lindo!

Justine disse...

Texto muito bem elaborado, e uma fotografia que parece uma pintura!

Anónimo disse...

Belíssimos texto e foto
Luisa

Anónimo disse...

Bonita poesia, ou é prosa?

Teresa

M. disse...

Lindos os tons e o texto. A escolha das palavras tão bem adaptada à imagem do entardecer.