quarta-feira, junho 28, 2023

4. Licínia


 

Era o comboio que levava

a pedra que reluzia.

Era o homem que arrancava

o que da terra nascia.

 

Era o comboio que apitava,

era o homem que tossia,

era o suor que voltava,

mais um dia, mais um dia.

 

Até que a mina fechou.

A pedra mais ninguém quis.

O comboio enferrujou.

Do homem pouco se diz. 

 

Dedicado a netos dos mineiros do Lousal, depois de com alguns deles ter visitado as minas.

Licínia

4 comentários:

Anónimo disse...

Bonita homenagem
luisa

Mónica disse...

O comboio parece um brinquedo

Justine disse...

Poema belo e uma merecida homenagem!

M. disse...

Sem dúvida uma bela homenagem. Gostei muito da ideia.