Dois filhos. Um desejo de sempre tornado realidade. Uma alegria indescritível.
Pousados na terra dos homens. Como duas mãos por abrir a vida: a realidade e a fantasia; as flores e o espírito; os jardins e as estrelas; as cores que pacificam e o brilho que exalta. E lembro os recém-nascidos: ao nascer trazem as mãos fechadas, os dedos pequeninos escondidos na concha de si mesmos. Depois, pouco a pouco, começam a abri-las em movimento instintivo de descoberta das coisas e de encontro com o amor que lhes oferecemos na ponta dos nossos dedos. Para que o agarrem e o sintam, para que nos descubram, para que nos reconheçam. Para que nos adivinhemos mutuamente. Porque todos nós, pequenos e grandes, somos pedaços de gente por adivinhar. Até quando a nossa vida deixar de embaciar os espelhos em que amiúde nos olhamos e nos perguntamos.
M
4 comentários:
Bonita esta evocação das conchas que vamos vendo abrir sem saber para que mundo
Luisa
Um texto poético, sentido, filosófico e belíssimo! Parabéns, M.
Uma representação que até nas cores e tamanhos é bela. E as palavras entrelaçadas de poesia porque também os filhos podem considerar-se "os nossos versos" na sinfonia da Humanidade.
Duas sementes, bonito texto. Não sei porquê mas lembrei-me da dedicação da Teresa, a metáfora e a realidade, como num sonho
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