quarta-feira, julho 19, 2023

4. Licínia


Azul

Não era azul claro, azul escuro,

azul marinho, azul pavão,

azul safira, azul cobalto,

azul dos olhos de Bette Davis.

 

Era o azul do céu, 

azul menino, azul pureza,

azul manto, azul segredo, 

azul perfeito, azul absoluto.

 

Era o azul do mar,

azul embalo, azul revolta,

azul promessa, azul ameaça,

azul navio, azul aventura.

 

Era a palavra azul a traduzir

a virgindade, o deslumbre,

o desejo de infinito.

 

Licínia 

(Do meu livro Decadência das Falésias-2022- Poética Edições)

7 comentários:

Mónica disse...

A gaivota está muito bem apanhada, tipo gárgula

bettips disse...

Que belo em tons! De palavras e fotografia.

Margarida disse...

Espectacular! A captura está demais. Podia ser em Portugal, na Grécia, em qualquer recanto onde o mar e o sol cohabitam. E a gaivota... Demais!

Justine disse...

Era, e continua a ser, um poema belíssimo de ritmo e emoção.

M. disse...

A limpidez de palavras e imagem que nos ofereces aqui. Um prazer imenso.

Anónimo disse...

Tudo lindo: os versos e a foto. O azul vencerá
Luisa

Anónimo disse...

Bonita fotografia e poema

Teresa