quarta-feira, abril 17, 2024

4. Luisa


 

Pouco sei de língua chinesa. Apenas conheço estes caracteres.

Luisa

9 comentários:

bettips disse...

Pelo aspecto antigo acredito que seja mesmo chinês... não aquelas coisas que a gente vê por todo o lado "made in China"!

Mónica disse...

Eram muito populares essas chávenas, bago de arroz, havia umas que tinham uma cara na cerâmica do fundo da chávena e também eram boas para "ler as folhas"

M. disse...

Acho bonito o nome "bago de arroz". E gostei de saber o que a Mónica diz sobre a cara no fundo da chávena para ler as folhas. De chá, suponho. Ideia tão gira.

Mónica disse...

Ler as folhas do chá nas chávenas bago de arroz, era o que ouvia das amigas da minha avó depois do chá, não é nada "oficial" :)

M. disse...

O que leriam elas então, Mónica? Leriam o que desejavam para o futuro, como as pessoas que leem as cartas? Acho a ideia muito gira, ainda que seja uma fantasia.

Mónica disse...

Sim o futuro, conversa de adultas, riam-se e levavam a sério e comentavam as leituras anteriores e depois num dia qualquer diziam "as folhas não mentem", assim como agora se fala dos signos. Eu às vezes espreitava para ver o que elas viam e tentava perceber, nada claro. O ritual é quando acaba o chá virar a chávena ao contrário, esperar um pouco, virar a chávena e depois ler as folhas que ficavam agarradas ao fundo da chávena, não era a dona da chávena que lia, passava a outra ou a quem se oferecesse para ler.. Era uma brincadeira sim, havia sentido de humor, leveza da vida. Às vezes parecia que elas aproveitam para mandar "recados" umas às outras. Uma vez virei a chávena em casa da minha outra avó e levei um raspanete.

Mónica disse...

Tomar chá em casa umas das outras era muito frequente, a minha avó paterna tinha um grupo mais ou menos fixo de amigas e em casa dela era à quarta-feira, rodavam em casa umas das outras, após a independência foram indo embora as amigas, era triste, depois falavam com saudade das ausentes. Vivi em casa da minha avó nessa altura. A minha avó paterna, de Gaia de gema com sotaque nunca quis sair de Moçambique, lá morreu sem família, amigas do chá não sei. Ela sabia, talvez pelas folhas do chá, que o futuro em Portugal jamais seria igual ao presente. Obrigada Luísa e M. por me levarem a este passeio ao passado

M. disse...

Foi um prazer, Mónica. Comovente a história e triste a tua frase "lá morreu sem família". Corajosa terá sido a tua avó. Também a ti agradeço a partilha.

Anónimo disse...

Como uma chávena deu origem a tantas memórias Mónica.

Teresa