quarta-feira, novembro 24, 2021

AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2021

Proposta de Licínia

OS BICHOS

Num tempo em que os homens questionam até que ponto a sua natureza é comum à dos outros animais e que relações a eles os ligam ou devem ligar, fui reler Os Bichos, de Miguel Torga. Proponho que o passatempo deste mês seja exactamente dedicado a animais que nos inspirem imagens e palavras ao jeito do bicho que somos.

Licínia

Dia   2 – o cão

Dia   9 – o galo

Dia 16 – o gato

Dia 23 – a ovelha

Dia 30 - o pardal

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de M.

A beleza das coisas e os nossos cinco sentidos

Proponho que cada um de nós se exprima como entender sobre o tema.

Dia   4 – Visão

Dia 11 – Audição

Dia 18 – Paladar e olfacto

Dia 25 – Tacto

11. Zambujal

10. Teresa Silva

  
Da minha coleção de minerais e rochas, duas fotos de uma azurite. É um pouco áspera ao toque, mas uma das mais bonitas.

Teresa Silva

9. Mónica

No supermercado que havia perto do meu trabalho, uma das raparigas da caixa quando chegava a vez das bananas, pesar e registar, pedia-me para ser eu a pôr e a tirá-las da balança, explicou-me que tinha aversão à textura das bananas. Sugeri que usasse luvas, disse-me que não conseguia na mesma pegar nas bananas. Pensei cá para mim que a rapariga estava na profissão errada. Durou pouco tempo no lugar, não sei se foi por causa das bananas, a verdade é que muitos passaram por ali até ao fecho definitivo do supermercado. Tive pena da rapariga, fiquei a pensar até que ponto uma fobia ao tato condiciona a vida de uma pessoa.

Mónica

8. Mena M.

O tocar e o sentir, as mãos e a pele. 

O tacto. 

Mena

7. Margarida

  
Dandelion, dente-de-leão.

Quem o toca, afaga-se.

E depois sopra-o.

Margarida

6. M.

O tangível e o intangível

Faz-nos falta o toque. Ele é meio de conhecimento e manifestação de afecto, a inexistência de beijos e abraços durante a pandemia provou bem como o toque é importante nas nossas vidas. É conforto, confirmação de união entre as pessoas, também confirmação da necessidade de verdade. Por alguma razão as crianças aprendem o mundo tocando na mãe e nas pessoas que lhe estão próximas e manuseiam os objectos até à exaustão da sua curiosidade. Mas, como todos sabemos, até em objectos apetecíveis somos muitas vezes proibidos de tocar. Aliás, essa regra existe na memória da infância de cada um de nós, ninguém nos deixou bater insistentemente com os brinquedos na mesa de vidro da sala porque aquele ruído nos intrigava, havia que evitar estilhaços cristalinos.

Na companhia de amigos, visitei em Setembro o B-MAD, Berardo – Museu Arte Deco em Lisboa. Visita guiada, número limitado de pessoas, alguns cordões vermelhos vedando o acesso ao interior de certas salas com espaço reduzido, aproximações arriscadas, compreensível, mas frustrante por vezes só poder olhar de longe. Lindo o edifício, linda a exposição, obras magníficas que apetece afagar de tanto gostarmos delas, para tentarmos imaginar o que os seus criadores terão sentido ao realizá-las, para as sentirmos melhor dentro de nós. Do grupo de fotografias que consegui tirar, escolho a deste quadro que me chamou particular atenção pela imagem e pelo local em que estava pendurado, visível apenas de relance ao passar, o que me leva a pensar na relação que pode existir entre a beleza das coisas, o tangível e o intangível.

M

Nota: a Bettips informou-me que o quadro, com o título Figura Dupla, de cerca de 1928, é de René Capouillé, pintor belga, 1885-1944.