quinta-feira, novembro 03, 2022

4. Licínia


Os comboios chegaram há muito e não desistem de se renovarem. Desde a locomotiva a carvão de Lisboa ao Carregado até ao TGV que há-de chegar, eles aí estão, mais ou menos ronceiros, a galgarem paisagem, a permitirem viagens com janelas sobre os campos, as serras, o país que desliza no nosso olhar dormente do embalo.

Licínia

9 comentários:

Anónimo disse...

Gostava muito de viajar de comboio mas sem bagagem a atrapalhar à chegada ao destino.
Luisa

bettips disse...

Gosto muito de comboios e da paisagem a (de)correr ao nosso lado em sentido contrário. Do TGV não sei, se calhar anda depressa demais!

Fizeste-me lembrar a última vez que andei de comboio: entre Vila Nova de Cacela e Vila Real de Santo António. As traseiras do luxo ou pobreza que ia vendo e a degradação gritante das carruagens. Nunca se deu aqui em Portugal verdadeiramente importância ao comboio como meio de locomoção das pessoas comuns.

mena maya disse...

Muita terra, pouco chão! Gosto, como tu, de ver a paisagem a correr e também dos reflexos nas janelas onde ficam coladas as silhuetas dos passageiros. Quando ia e voltava de Berlim para Dresden sentava-me quase sempre na carruagem restaurante, que tem janelas mais amplas e mais baixas, dando outra qualidade às vistas.

mena maya disse...

Tambem, como tu, gosto de ver a correria da paisagem e os reflexos nas janelas com os recortes das silhuetas. No meu cai-vem Berlim-Dresden, sentava-me habitualmente na carruagem restaurante, para aproveitar as janelas amplas e mais baixas, que permitem outra prespectiva.

Margarida disse...

Adoro comboios. Agora gostava de experimentar a linha do Marvão, aquela transformada em "pedicomboio", para fins turísticos. E aqui fica também 1 pouco das minhas histórias férreas. Anos 80, Lisboa-Vila Real, 1 aventura de 24 horas, senão mais. Já no último troço, Régua-Vila Real, bancos de madeira, duros que nem cepos, magalas em barda, o comboio era tão lento tão lento que era possível sair em andamento, da 1ª. carruagem, fumar 1 cigarrinho ao ar livre e voltar a apanhar o comboio, na última carruagem. O esquema estava montado. Mas só p/ experts. Hilariante, aos olhos de hoje. Dormíamos muitas vezes na zona das malas, acima das cabeças, naquelas prateleiras ripadas, em sacos-cama improvisados, que apesar de tudo não nos protegiam das temperaturas agrestes transmontanas. E pronto, todos temos histórias, certo? Ainda bem...

Mónica disse...

A propósito da história da Margarida: em janeiro de 2009 houve um grande nevão, sexta-feira toda a gente a querer ir a casa passar o fim-de-semana, nenhum autocarro, fui direta a Campanhã e só esse comboio me levou da Régua a Vila Real, era o último, lá pelas 17h, começa a cair a noite na paisagem branca da neve, tão bonito, o comboio lento e gelado, os passageiros irritados "aí que ficamos bloqueados na neve" senti-me a pessoa mais feliz sortuda, consciente do belo e raro momento que estávamos a viver.

Justine disse...

O meio de transporte mais romântico e ficcionado, que me faz lembrar o Expresso do Oriente e todas as histórias a ele ligadas

M. disse...

Adoro andar de comboio. É como dizes: «... viagens com janelas sobre os campos, as serras, o país que desliza no nosso olhar dormente do embalo.»

Anónimo disse...

Gostava de fazer a viagem do expresso do oriente. Mas sem o Poirot para não haver crimes,

Teresa