Os comboios chegaram há muito e não desistem de se renovarem. Desde a locomotiva a carvão de Lisboa ao Carregado até ao TGV que há-de chegar, eles aí estão, mais ou menos ronceiros, a galgarem paisagem, a permitirem viagens com janelas sobre os campos, as serras, o país que desliza no nosso olhar dormente do embalo.
Licínia
9 comentários:
Gostava muito de viajar de comboio mas sem bagagem a atrapalhar à chegada ao destino.
Luisa
Gosto muito de comboios e da paisagem a (de)correr ao nosso lado em sentido contrário. Do TGV não sei, se calhar anda depressa demais!
Fizeste-me lembrar a última vez que andei de comboio: entre Vila Nova de Cacela e Vila Real de Santo António. As traseiras do luxo ou pobreza que ia vendo e a degradação gritante das carruagens. Nunca se deu aqui em Portugal verdadeiramente importância ao comboio como meio de locomoção das pessoas comuns.
Muita terra, pouco chão! Gosto, como tu, de ver a paisagem a correr e também dos reflexos nas janelas onde ficam coladas as silhuetas dos passageiros. Quando ia e voltava de Berlim para Dresden sentava-me quase sempre na carruagem restaurante, que tem janelas mais amplas e mais baixas, dando outra qualidade às vistas.
Tambem, como tu, gosto de ver a correria da paisagem e os reflexos nas janelas com os recortes das silhuetas. No meu cai-vem Berlim-Dresden, sentava-me habitualmente na carruagem restaurante, para aproveitar as janelas amplas e mais baixas, que permitem outra prespectiva.
Adoro comboios. Agora gostava de experimentar a linha do Marvão, aquela transformada em "pedicomboio", para fins turísticos. E aqui fica também 1 pouco das minhas histórias férreas. Anos 80, Lisboa-Vila Real, 1 aventura de 24 horas, senão mais. Já no último troço, Régua-Vila Real, bancos de madeira, duros que nem cepos, magalas em barda, o comboio era tão lento tão lento que era possível sair em andamento, da 1ª. carruagem, fumar 1 cigarrinho ao ar livre e voltar a apanhar o comboio, na última carruagem. O esquema estava montado. Mas só p/ experts. Hilariante, aos olhos de hoje. Dormíamos muitas vezes na zona das malas, acima das cabeças, naquelas prateleiras ripadas, em sacos-cama improvisados, que apesar de tudo não nos protegiam das temperaturas agrestes transmontanas. E pronto, todos temos histórias, certo? Ainda bem...
A propósito da história da Margarida: em janeiro de 2009 houve um grande nevão, sexta-feira toda a gente a querer ir a casa passar o fim-de-semana, nenhum autocarro, fui direta a Campanhã e só esse comboio me levou da Régua a Vila Real, era o último, lá pelas 17h, começa a cair a noite na paisagem branca da neve, tão bonito, o comboio lento e gelado, os passageiros irritados "aí que ficamos bloqueados na neve" senti-me a pessoa mais feliz sortuda, consciente do belo e raro momento que estávamos a viver.
O meio de transporte mais romântico e ficcionado, que me faz lembrar o Expresso do Oriente e todas as histórias a ele ligadas
Adoro andar de comboio. É como dizes: «... viagens com janelas sobre os campos, as serras, o país que desliza no nosso olhar dormente do embalo.»
Gostava de fazer a viagem do expresso do oriente. Mas sem o Poirot para não haver crimes,
Teresa
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