Procuram-se as
palavras dentro do olhar. Dentro do que o olhar vê dentro da
fotografia.
Amplia-se a foto
para melhor observar o pormenor.
Entra-se no que
estaria inexistente ou fechado ao olhar. Como aquele portão ao
fundo. A dar para onde? E aquela espécie de torre branca, e o carro,
no canto à direita, a fazer a curva. E os postes de electricidade a
descerem a encosta, pela esquerda, a dizerem-nos que é tudo muito
maior do que ao primeiro olhar, à primeira procura de palavras.
Tudo ganha, sempre,
outra vida, outros contornos. Os caules e as pedras. As ervas como
que despenteadas… Teriam de ser outras palavras para um aparente
mesmo olhar para uma bela fotografia.
Só se mantém as
cores. Os azuis diferentes. Os verdes. Porque assim são em qualquer
tamanho, porque assim os queremos.
Zambujal
2 comentários:
Tens razão, é tudo muito maior ao segundo olhar! Bela maneira de enunciar uma grande verdade!
Olho de lince!
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