quinta-feira, maio 10, 2012

2. Benó

Ao olhar para cima, nariz empinado, mão nas cruzes, por causa das dores na espinha, a ti’Anica esperava que a lua aparecesse enorme, maior que eu sei lá o quê, mesmo ali por cima do campanário. Segundo lhe tinham dito na mercearia, naquele primeiro dia de lua cheia, poder-se-ia até ver aquela velha curvada, carregando o fardo de feno, tão pertinho da terra, que se piscássemos o olho ela até era capaz de rir. Andavam umas nuvens cinzentas pelo céu a se pavonearem, mas a ti’Anica acreditava que a lua de tão grande que era, seria suficientemente forte para as afastar. A ti’Anica teve sorte. A lua apareceu, redonda, prateada, brilhante e com um sorriso doce que encantou a ti’Anica. 
Benó

3 comentários:

Justine disse...

E a velha curvada sorriu à piscadela de olho da ti'Anica:-))))

Zambujal disse...

... e bem inspiradora foi a ti'Anica. Coisas da lua por cima das luzes que não são capazes de a ofuscar, e de tapar o que vemmos quando olhamos para cima.

~pi disse...

bela imensa e de olhar cruzado - a lua nos olhos dela.






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