O paladar já todos conhecem.
Seja escalado, seco ao sol, refogado, cozido, grelhado ou simplesmente no forno.
Todo ele é bom, de todas e qualquer forma.
Do olfacto nem falar. É só cheirar!
Mas o polvo tem outras qualidades, tão intensas e tão interessantes a todos os outros sentidos.
E aqui misturo-os todos.
É bonito de se olhar, tem uma cor linda e é um bicho (enquanto vivo) deveras curioso, inteligente, dizem até.
É viscoso e macio ao tacto, não se deixando agarrar.
Quanto à audição, bate-nos aos pontos: não se ouve, é subtil, dissimulado, invertebrado.
Não se dá por ele.
Esconde-se pelos fundos dos mares ou pelas entradas das suas rochas submersas.
Margarida
5 comentários:
Uma espécie de poema ao polvo.
"Se está nos limos, faz-se vestir ou pintar das mesmas cores - de todas aquelas verde; se está na areia, faz-se branco; se está no lodo, faz-se pardo; e se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, faz-se da cor da mesma pedra.
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E daqui que sucede? Sucede que outro peixe, inocente da traição, vai passando desacautelado, e o salteador, que está de emboscada dentro do seu próprio engano, lança-lhe os braços de repente e fá-lo prisioneiro.
Fizera mais Judas? Não fizera mais, porque não fez tanto."
Pe. António Vieira, no seu Sermão de Santo António aos Peixes
Um camaleão em todos os "sentidos".
É um dissimulado, é o que ele é...e claro, inteligente!
fiquei sem vontade de comer polvo.. e a fotografia tornou-se sádica
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