S.Brás?
Difícil aliar algo a este nome.
Lembrei-me do Bacalhau à Brás mas também de S.Brás de Alportel.
Mas o Sr.Brás soou mais forte.
Tinha 93 anos quando o conheci, em 1993. Agora já não deve ter anos.
Era um antigo mestre baleeiro, de barba longa, rugas marcadas pelo sol e pelo sal.
Tinha um jeito de mãos único e construía botes baleeiros, em madeira leve, à escala.
Fez-me este num mês, por encomenda, ao seu gosto.
Conservo-o desde então e adoro-o.
O detalhe da palamenta, os remos, o leme, as velas: um triângulo à proa, um trapézio à popa.
E até o arpão tem barbilha de marfim.
O Sr.Brás amava o que fazia e isso fazia dele um homem feliz. E jovem.
O meu bote baleeiro está desgastado, já o remendei, já o lavei, já o cosi, já substituí peças.
Mas não o largo.
Foi-me feito pelo Sr.Brás e acompanha-me em qualquer casa onde viva.
Margarida
5 comentários:
Uma história linda, uma peça delicada, de perpétua recordação. Há objectos assim, que trazem sentimentos de gestos dentro e os transportam através dos anos.
E é bem bonito
Luisa
Que bonita história. Não aprecio estas delicadezas, acumulam pó :)))
Um artista a respeitar, esse Sr. Brás
Sim, Justine, a respeitar, que artista deve ter sido.
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