Tenho uma costela antepassada de camponeses. Não sei se é ela que me dá este apreço pela terra e me leva a apreciar a evolução de campos por onde passo, mais ainda daqueles que me acolhem. E atrevo-me a citar as favas já floridas a prometerem vagens bem cheias e os limoeiros que estão carregadinhos e a moléstia que deu nas macieiras. E a ovelha que nasceu ruça e as toupeiras que não largam a horta e vão fazendo aqueles montinhos de terra negra, arejada. E ver os camponeses a olharem o céu, com olhos diferentes dos nossos, ouvi-los falar, com palavras diferentes das nossas, da Lua cheia que não aconselha sementeiras, da chuva que não tarda aí, aquelas nuvens acolá é o que dizem. Das visitas ao campo volto sempre mais feliz, mais sabedora, é o que penso, ou melhor, desejo.
Licínia
4 comentários:
Os camponeses e o seu respeito pela natureza, mas também a sua vasta sabedoria. Belo texto, Licínia.
Eles sabem tudo
Luisa
O campo, o melhor sítio do mundo para se estar e pensar.
Gosto da fotografia, gosto do campo, não gostaria de ser camponesa
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