sexta-feira, dezembro 28, 2012

2013 vem a caminho


Foto de M

Que apontaremos nós nos dias que iremos desfolhando ao longo do ano? Antiguidades como a da imagem reciclada deste calendário que nos mostra bem como a História tem o seu tempo? Haverá ainda algum sorriso? Espero que sim, os sorrisos ajudam a segurar a vida.

M

quinta-feira, dezembro 27, 2012

Dia 24 - «Com as palavras dentro do olhar» sobre fotografia de ~pi.



É nesta bela fotografia da ~pi que temos de pousar o olhar e encontrar palavras nossas.

AGENDA PARA JANEIRO DE 2013


Foto de M

«Better pass boldly into that other world, in the full glory of some passion, than fade and wither dismally with age.»
James Joyce

Dia  3 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílabatri” para formar as nossas palavras. Poderá ser colocada no início ou no meio da palavra que escolhermos. E não se esqueçam da fotografia.
Dia 10 - Reticências com a frase “Os muros” a iniciar o texto. 
Dia 17 - Fotodicionário com a palavra “ Risco escolhida pelo Zé-Viajante 
Dia 24 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de ~pi. 
Dia 31 - Fotografando as palavras de outros sobre este excerto de um livro muito interessante.

(…) Viajar não será o verbo apropriado para descrever este frenesim de nos deslocarmos entre dois pontos no menor intervalo de tempo possível, ignorando tudo quanto se encontre no caminho: planar é termo mais justo. Há um país uniforme de auto-estradas, feito de largas pistas de asfalto, estações de serviço, portagens, nós de acesso, que se sobrepõe, obliterando-o, a um país diferenciado de terras, paisagens e gentes. Por isso é educativo, seja por necessidade ou por opção, abandonar o suave tapete da auto-estrada para rodar durante uns quilómetros por uma EN. (...)

A Árvore de Natal do Senhor Ministro – Crónicas Arborescentes, Paulo Ventura Araújo (texto e fotos), Edições Afrontamento, maio de 2009

«FOTOGRAFANDO AS PALAVRAS DE OUTROS», O DESAFIO DE HOJE

AQUELA NUVEM

- É tão bom ser nuvem
ter um corpo leve,
e passar, passar.

- Leva-me contigo.
Quero ver Granada.
Quero ver o mar.

- Granada é longe,
o mar é distante,
não podes voar.

- Para que te serve
ser nuvem, se não
me podes levar?

- Serve para te ver.
E passar, passar.

Aquela Nuvem e Outras
Vinte e duas canções para crianças (voz e piano)
Eugénio de Andrade e Fernando Lopes-Graça
Fundação Casa da Música, Porto

14. Zé-Viajante

13. Zambujal

12. Teresa Silva

11. Rocha/Desenhamento

10. ~pi

9. Mac

7. e 8. M. e Mena


Foto de M

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Foto de Mena 

Nota: 
Publico aqui posteriormente a fotografia da Mena, juntamente com a minha para que não fique desgarrada e muito fora do alinhamento habitual, porque o seu computador adoeceu repentinamente com um vírus e ela teve que arranjar maneira de participar no nosso desafio usando outra solução, o que demorou algum tempo.

6. Luisa

5. Licínia



Um gato tamnbém pode ter desejos de voar. Nada melhor que pedir ajuda às andorinhas. Quem sabe um dia irá ver Granada, ver o mar... Um gato também pode sonhar. 

Licínia

4. Justine

3. Jawaa

2. Bettips

1. Agrades

domingo, dezembro 23, 2012

sábado, dezembro 22, 2012

O Natal no PPP - As Boas Festas da Justine e do Zambujal


Foto de Justine

 «... aqui vai o nosso contributo – do Zambujal e da Justine - para este bando de “passarinhos", como diz a Mena!» 

Justine

O Natal no PPP - As Boas Festas da Mena

Foto de Mena M. 

«Estes "passarinhos" estavam no parapeito da minha janela, quem sabe se a ganhar fôlego para continuarem a viagem... Pedi-lhes que me fizessem o favor de vos levar esta mensagem, disseram-me que apanhavam a web e ainda chegavam a horas ao PPP! 
Um Santo Natal para todas/os vós!»

Mena

P.S. - «Vai em inglês pois também foi para a família espalhada por todo o mundo e assim percebem todos.»

quinta-feira, dezembro 20, 2012

NATAL DE 2012


Foto de M 

A todos ofereço o meu abraço natalício e a proposta de visita a um blog muito interessante onde é um gosto passear ao ar livre.
M
 

AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2012

Dia 27 - Fotografando as palavras de outros sobre o cândido poema de Eugénio de Andrade

AQUELA NUVEM

- É tão bom ser nuvem
ter um corpo leve,
e passar, passar.

- Leva-me contigo.
Quero ver Granada.
Quero ver o mar.

- Granada é longe,
o mar é distante,
não podes voar.

- Para que te serve
ser nuvem, se não
me podes levar?

- Serve para te ver.
E passar, passar.

Aquela Nuvem e Outras
Vinte e duas canções para crianças (voz e piano)
Eugénio de Andrade e Fernando Lopes-Graça
Fundação Casa da Música, Porto

O DESAFIO DE HOJE: «COM AS PALAVRAS DENTRO DO OLHAR»



Pronto, Mena, aí estão as nossas palavras para a tua bela fotografia.

14. Zé-Viajante

Alguém reparou nos sinais? Alguém sentiu a depressão a chegar? Alguém lhe deu uma palavra amiga? Alguém a ajudou a "não saltar"? Pelos vistos não. E a barcaça, já sem forças, decidiu desistir.
Mas, e a Esperança existe, ainda não afundou de vez. Talvez seja a altura de lhe darem uma mão.
Zé-Viajante

13. Zambujal

Era uma vez um barco. Dirá o seu nome, o nome que teve (chalupa, talvez…), quem das artes conheça ou o terá batizado.
Para os meus olhos, é só um barquito que assoreou e se fundiu com o azul do mar, dando-lhe reflexos e uns leves tons coloridos. De coisa que foi.
De coisa que ali ficou. Sem préstimo.
Salvo a de ser fotografada (e bem!) para nos desafiar o olhar e, de dentro deste, tirarmos algumas palavras para legenda.
Aqui ficam as minhas.
Zambujal

12. Teresa Silva

Desliza e lentamente vai-se afundando, como tudo à nossa volta...
 
Teresa Silva

11. Rocha/Desenhamento

Escrevi, num dos meus blogues, que a palavra pensa a imagem. Imagino, pelo percurso da mobilidade visual, que as imagens também dizem a palavra ou as palavras, não precisando de mil para ter a devida validade. É o que me acontece com esta magnífica fotografia, o mar e nele meio submersa uma indelével aparência. A consciência apreendeu tudo, a memória fez o resto, mas o imaginário fez-me escrever: «um pássaro picando a água, as penas do leque erguidas atrás». Voltando a mim, ou recompondo os meios da mobilidade visual e do reconhecimento pela memória-com-palavras, logo me defrontei com aquilo a que chamarei, por agora, um plácido naufrágio, entre abandonos e velhas desnecessidades. O barco, meio submerso num mar calmo, à frente de uma brisa que arrepia as águas, descansa, contextualizado, como qualquer outra carcaça de qualquer animal remoto. Mas é de um barco suspenso na água do mar, lisa à volta dele, antes de se afundar por completo na sua sepultura oceânica, logo coberto pela terra-mar e sem flores. Agora ainda respira com a ponta da proa e o levantamento da poupa, três muretes de cordame e remos, a marca do homem boiando ainda dentro dele, uma simples garrafa. A garrafa é de uma realidade recente e o barco não será muito velho. Mas parece, indefectivelmente, a imagem mítica das antigas embarcações fenícias, sobretudo de função fluvial, forma lírica e melancólica.

Rocha de Sousa

10. ~pi

Como há um requiem permanente na respiração primeira dos vivos, também há uma coreografia final na navegação dos barcos.
Os peixes recordam-nos vagamente, embora na sua visão profunda todos os barcos se lhes assemelhem: igualmente redondos, igualmente armadilhados, deslizando o seu tempo contado.

Os barcos ficam depois ali, agarrados ao cais, agitando o seu curto destino com suavidade: não sabem tecer outro gesto os barcos, senão de embalar.
E assim se tornam o berço das águas e depois se afogam, na memória última dum rasto, entre os andamentos que lhes dança o mar, onda após onda - até à última madrugada, serena e vidrada.
~pi

9. Mena M.

Do perceptível e do imaginário,
de superfície e profundidade,
da arte do equilíbrio,
de espelhos e seus reflexos,
da insustentável leveza de
ser sonho ancorado à espera da maré.

De tudo isto me fala esta minha fotografia,
tirada num domingo de outubro no Porto de Setúbal.

Mena

8. M.

Talvez a osmose perfeita entre o desejo azul do pensamento e a casa onde o corpo descansa.
M

7. Luisa

Político da esquerda: "eles acabaram com a nossa frota naval"

Político de direita: "está para breve a reindustrialização das pescas"

Pescador: "perdi o meu ganha-pão"
 
Maldizente: "esta gente nem sabe cuidar do que é seu"
 
Pintor: "dêem-me cor"
 
Escritor: "gostaria de ter sido eu a escrever O Velho e o Mar"
 
Poeta: "até na morte há beleza"
 
Luisa

6. Licínia

Era, a bem dizer, um barco.
Um barco todo feito de água,
um barco chamado água,
deitado na água. Melhor dizendo,
uma água com barco dentro,
uma água com cor de barco,
com memória de barco.
Se praia houve, perdeu-se
num barco chamado mar,
imenso e azul, como todas
as viagens de todos os barcos
que não voltam a navegar.
Licínia

5. Justine

Afundamo-nos. Afundamo-nos com a indiferença de alguns, com a ignorância de muitos, com a aceitação que se guarda para as coisas do destino. Afundamo-nos sem ondas, quase docemente…
Justine

4. Jawaa

O azul enfim retornado, em reverberações de dia novo, para trás a tempestade, os destroços, os gritos sem eco nem réplica. A tranquilidade o silêncio o reflexo do que emerge na linha de água, quieta, numa madrugada qualquer.
Jawaa

3. Bettips

Olho e vejo-o: insubmisso, in-submerso, íntimo. E que me fala na vontade de largar margens.
Amarras.
Já foi barco e não o é mais: contudo flutua, todo-azul, com a lembrança das lonjuras.
Bettips

2. Benó

As gentes da beiramar costumam empregar o aforismo "andar com a proa debaixo de água" quando se referem a alguém que gasta mais do que pode. O barco da foto tem a proa, a popa, o casco debaixo de água, está,praticamente, todo submerso. O que significa que as economias foram todas pela borda fora.
Está bem aplicado à nossa situação atual em que há muita gente que até já bateu com o casco no fundo.

Benó

1. Agrades

Quem me dera que afundasse e levasse tudo o que me atormenta.

Agrades

quarta-feira, dezembro 19, 2012

AS APARÊNCIAS ILUDEM...



Hoje recebi este presente feito por uma pessoa amiga. 
Vinha o cesto resguardado em embrulho de Natal e etiqueta afetuosa escrita à mão com votos de Boas Festas. Achei-lhe graça, lembrou-me um cestinho da minha meninice, eu que adorava cestos pequeninos e com eles me entretinha horas a fio. Mas qual não é o meu espanto quando, ao abri-lo em busca da merenda, encontro dentro um presépio minúsculo com luzes e tudo! 
Prático nos dias de hoje, porque transportável, como quem leva uma mala de viagem onde guarda um tesouro de que não deseja separar-se. E realista também porque, mal as festas natalícias derem lugar ao novo ano, será de fácil arrumação, o que revela da parte deste artesão perfeito conhecimento dos espaços de dimensões reduzidas que compõem a maioria das casas que habitamos.
Na verdade, por muito escuro que seja o mundo à nossa volta, há sempre quem tenha ideias luminosas. 

M

"MODA OUTONO/INVERNO", disse a Luisa



«Também quero entrar na brincadeira começada pela Jawaa, se tiveres tempo para publicares estas minhas fotos de outono quase inverno.»

Luisa

RESPOSTA À PROVOCAÇÃO DA JUSTINE


Fotos de M 

Justine, no meu jardim de amarelos também há castanhos e verdes molhados. Em fins de setembro! Quase outono. Como eu. :-))

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Fazendo a vontade à Jawaa


Foto de S.

O tempo desta fotografia já lá vai mas tenho muito gosto em aceder ao pedido da Jawaa que, no post Da beleza das coisas e das palavras, comentou «Faz falta aqui aquela imagem linda de chapéu da M., que usava quando a «conheci».» 

M