Era,
a bem dizer, um barco.
Um
barco todo feito de água,
um
barco chamado água,
deitado
na água. Melhor dizendo,
uma
água com barco dentro,
uma
água com cor de barco,
com
memória de barco.
Se
praia houve, perdeu-se
num
barco chamado mar,
imenso
e azul, como todas
as
viagens de todos os barcos
que
não voltam a navegar.
Licínia
6 comentários:
É como que um poema que se enleia
no barco e na sua eventual ressurreição, para navegar de novo.
Rocha de Sousa
Desaparece o medo do que está para além.
Lindo o teu, agora também nosso poema, Licínia!
Um poema belo em tons de azul!
Era, a bem dizer, uma maneira tua de dizer "barco" e "remo" e "navegar",
ainda, jogando tu-sempre com as palavras-puzzle-vida.
Lindo poema que todos sentimos quando se aproxima o fim.
A poeta (não gosto de poetisa...) mergulhando com as suas palavras (de poeta) nos fotogafados barco e azul da água.
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