Para mim esta fotografia não é triste no sentido de desesperadamente triste. Revela um aspecto da realidade humana. Há sempre neblinas na nossa existência, dentro de nós, nas nossas casas, nos outros e nas suas casas, no mundo em geral. É difícil ver sempre claro, é difícil o relacionamento entre as pessoas, em parte por causa dessas neblinas que muitas vezes não são mais que silêncios guardados. E não somos nós também uma espécie de aranhas construindo a nossa vida, nesse misto de trabalho, fortaleza e defesa (interior e exterior) e fragilidades? Quando morremos, e às vezes até antes, porque morremos antes, tudo fica ao relento do tempo. O nosso tempo e o dos outros.
Fechada a porta há que anos, perderam-se os habitantes velhos e não voltaram os novos. A teia-neblina instala-se subtilmente. Uma beleza. E as palavras que nos aprofundam os pensares...
8 comentários:
Gosto deste ponto de vista da aranha...
Agrades
Os véus do silêncio envolvem os lugares do abandono.
Lembrei-me de Elis Regina: É pau, é pedra, é o fim do caminho...
Com as neblinas, as teias ganham pérolas cintilantes de vidas passadas.
Estas neblinas de silêncio raramente se dissipam...
Que lindos temas sabe a M. escolher! Mas tristes.
Diferentes neblinas, com menos vapor de água e mais teias a dificultar o acesso ao interior.
Uma fotografia soberba
Teresa Silva
Para mim esta fotografia não é triste no sentido de desesperadamente triste. Revela um aspecto da realidade humana. Há sempre neblinas na nossa existência, dentro de nós, nas nossas casas, nos outros e nas suas casas, no mundo em geral. É difícil ver sempre claro, é difícil o relacionamento entre as pessoas, em parte por causa dessas neblinas que muitas vezes não são mais que silêncios guardados. E não somos nós também uma espécie de aranhas construindo a nossa vida, nesse misto de trabalho, fortaleza e defesa (interior e exterior) e fragilidades? Quando morremos, e às vezes até antes, porque morremos antes, tudo fica ao relento do tempo. O nosso tempo e o dos outros.
Fechada a porta há que anos, perderam-se os habitantes velhos e não voltaram os novos. A teia-neblina instala-se subtilmente.
Uma beleza.
E as palavras que nos aprofundam os pensares...
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