“Pedra filosofal”
Devagar, saboreando cada passo, livro debaixo do braço, encaminho-me para a “pedra filosofal” à sombra das azinheiras.
Ela ali está, à espera, como sempre, no lugar e à medida do meu sentar ao pôr do sol.
Chama-me, àquele grande bloco de pedra, a lembrança de como assim acompanhava o meu pai nas tardes soalheiras. Há dezenas e dezenas de anos.
Olho os verdes, e as sombras deslocando-se lentamente como ponteiros do inexorável relógio da natureza. Hoje, como ontem fizeram, como amanhã o farão. O livro pousado ao lado, provisoriamente sem préstimo, inútil.
Assim cumpro um ritual, tão poucas vezes cumprido mas tão intensamente vivido.
(no) Zambujal
4 comentários:
Que bom haver quem ainda cumpra os rituais do verde!
a memória dos meninos é
a que resta até ao fim
- sagrado gesto.
~
E hoje leio o que tu escreveste a pensar no teu pai...
Felizes os que (ainda) podem pisar o chão que os pais sagraram, a trabalhar, a viver vidas duras.
Tão belo o andar até à pedra, o sentar e pensar nelas/neles...
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