Relembro, sim: havia, de facto, uma curva no final do Jardim Sem Esplendor... apenas digo outra vez que dali nunca passei e por isso me dispenso de dizer palavras desnecessárias sobre o resto do caminho ou sobre o chicote do rio que ouvia quando chovia, sobre o choque na fonte entre as bilhas ou o murmúrio acalentado dos gansos ao entardecer; e embora dali pudesse ver as negras amoras clandestinas de açúcares densos, nunca me aproximei, porque, repito, dali nunca saí e nunca percorri qualquer caminho nem desejei jamais percorrer.
~pi
5 comentários:
Quando se está no sítio de que se gosta, para quê percorrer outros caminhos?
Ora aqui está um curto texto, mas também torrencial. A exigir segunda leitura.
http://youtu.be/qaXpREI_CqU
[ desde que vi a foto, a ouvir por dentro ]
Poético e elíptico, o teu texto, que me fez lembrar uma aldeia perdida na minha infância...
Havia uma rua
ou um caminho
por onde espreitávamos. E porque procurávamos o Jardim do Esplendor nunca o seguimos.
Beleza-em-negação.
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