Achei-lhe
graça e espreitei-o de vez em quando, curiosa. A certa altura
reparei que chorava, lágrimas tristes escorrendo dos seus olhos de
um azul profundo.
Deixei
cair o gelado na água, mamã, e agora está todo derretido.
A
mãe acariciou-lhe demoradamente os cabelos e aconchegou-o a si.
Não fiques triste, meu querido.
Olha!
Transformaste
o teu gelado numa raia enorme.
És
um artista!
O
menino olhou para a mãe, olhou para o lago, e assim permaneceu
durante alguns minutos, como que suspenso nos seus pensamentos.
Depois sorriu e disse: Parece
a raia do Oceanário de Lisboa!
M
2 comentários:
Um texto esplêndido, M., que me faz lembrar o Ray Bradbury e de como ele sabia transformar o quotidiano banal em acontecimentos maravilhosos!
lindo :-)
~
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