Tri...
Entrei
no pátio do velho palácio da cidade, pisando pedras redondas, e depressa
atingi a zona florestal, de jardim também, com um lago musgoso e
estátuas míticas nele reflecticas. Olhei para essas figuras que
ondulavam de cabeça para baixo e vi a estátua de Posídon com um
decisivo tridente
na mão. Olhei para cima e lá estava a mítica figura. Fui rodando
em volta da balaustrada que protegia o lago e deparei-me com o
ruidoso mas lírico espectáculo de um chão lilás estilhaçado,
tripartido,
coroando relva e terra, restos de capitéis e outras pedras
modeladas, ligação presumível a um pequeno sacrário existente
atrás do lago. Efeito de tempo, memória patrimonial, ruína de uma
beleza não menor do que o conjunto escultórico e contraditório
daquela mitologia meio desgastada.
Rocha
de Sousa
8 comentários:
Uma fotografia e uma descrição felizes para o mote. Que nos descreve e incita à imaginação do lugar, onde apenas uma sintonia de cores parece estar de acordo. Tudo o resto é interrogação.
Uma foto enigmática e tri ste...
Contributo triplamente enriquecido: pela imagem colorida, pelo movimento do texto e contexto, e finalmente pelo aproveitamento da escrita para duplicar as palavras necessárias.
Inovação e criatividade, parabéns!
Faz-me recordar casas e jardins antigos por onde andei
O tríptico está completo!
Tristeza senti ao ver tantos cacos.
Que TRIpalhada!
Não era para ser apenas TRI... e foto?!
E não é que o meu tritão e o meu tridente vieram parar à tua foto-história? :)))
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