quinta-feira, junho 14, 2018

6. M.



Com a pedra no sapato direito lá fui andando, um pouco incomodada, claro, porque não é suposto os sapatos albergarem senão pés. A certa altura, cansada daquela companhia indesejada, sacudi o sapato com um movimento firme da perna e a pedra saltou para o chão, perdendo-se entre pegadas e flores pequeninas à beira do caminho. Liberta de constrangimentos a atrapalharem-me o passo, ao olhar melhor a paisagem idílica que me rodeava, reparei no montículo de pedras de vários tamanhos pousadas sobre a erva. Quem sabe, pensei, os autarcas da região venham a criar um museu ao ar livre para conservar esta colecção de calhaus aparentemente desperdiçados, boa matéria de estudo para investigadores e população. 
M

4 comentários:

Anónimo disse...

Será que estas pedras merecem ser estudadas ? (Luisa) Não serão os restos duma banal construção?

Mónica disse...

imaginei q tiraste uma pedra dessas do teu sapato ahahahahahahah

M. disse...

Ó Mónica, por quem me tomas? :-))) À parte a insinuação que me fizeste, apanhaste bem o que eu quis dizer... No entanto, quando tenho alguma pedra no sapato, deito-a fora logo que posso, atrapalham-me o passo...

Justine disse...

Imagina a multidão que já passou por esse lugar...quem sabe o museu vai ser realidade!