quinta-feira, novembro 14, 2019

9. Mónica



Andei por aqui há cerca de cinco anos, duas a três vezes por semana percorria esta estrada, cerca de 125 quilómetros ida e outros tantos na volta, sempre o mesmo trajeto, sem alternativas, parte em cidade, parte em estrada, parte em gravilha, parte em terra batida, até ao destino e depois na volta os mesmos percursos e cuidados na condução do todo-terreno conforme o piso, às vezes precisava de coragem para iniciar a viagem, outras vezes deliciava-me a ouvir música os mesmos cd’s que aprendi a gostar, cantava sozinha altos berros “cry me a river”. Aprendi a apreciar a paisagem ao mesmo tempo que lamentava o estado desértico que se tornou, pela força da pobreza. Andei por ali, sorte a minha. 
Mónica 
(O lugar que se vê ao fundo chama-se Equimina, perto de Benguela.)

9 comentários:

mena maya disse...

Frauenpower!
Com mar à vista...

Justine disse...

Não conheço esses lugares, triste sorte a minha! Em contrapartida, conheço de cor o "Cry me a river", que por vezes também cantarolo em altos berros dentro do carro ( é bom cantar quando ninguém nos ouve, não é?)

Mónica disse...

tb aproveito pra chamar nomes feios, os piores, às pessoas que me fazem mal, há q aproveitar o tempo qdo se viaja e n se consegue apanhar uma radio com musica de jeito

Margarida disse...

Sorte a tua, Mónica! E eu, q pouco conheço a minha terra.Qt aos nomes feios às pessoas q nos fazem mal, secalhar tb devemos fazê-lo a nós próprias; afinal de contas, somos responsáveis por com quem nos queremos relacionar. Fica aberto o debate...

M. disse...

Quando recebi por mail este texto e a respectiva fotografia que me deu a ideia do que seria ter feito sozinha esta estrada tantas vezes, disse à Mónica que ela era muito corajosa. E continuo a dizê-lo.

Anónimo disse...

difícil conseguir cantar numa estrada tão feia!!!!
Luisa

Mónica disse...

não foi há cinco mas há seis anos

Margarida: se te contasse o encontro de 3.º grau q tive com um energúmeno na passada 2.ª feira... resumo a história (q é cheia de peripécias) até à cena final: pedi-lhe desculpa por lhe ter dito que o atraso dele ía fazer-me chegar atrasada ao m trabalho seguinte pq só assim o tipo me abriu a porta para poder fazer o m trabalho. a viagem até ao trabalho seguinte foi a praguejar contra ele. ele n ouviu nada e eu fiquei aliviada! é isto!

Anónimo disse...

O caminho da memória é tantas vezes pedregoso. "Cry me a land", é o que devem sentir todos os que estiveram em África.
B

Anónimo disse...

A estrada parece má mas a paisagem é deslumbrante. Bonita foto.

Teresa