quinta-feira, setembro 24, 2020

7. M.

A minha vida em 4 tempos:

4. Apreciar

Aprecio as cores, a luz, as sombras dos lugares, a leveza do ar que neles sinto e respiro, os amarelos que me lembram Van Gogh, e penso na indiferença a que foi sujeito pela maior parte dos seus contemporâneos. Como foi possível? Nefastas podem ser as críticas e correntes estéticas que influenciam as sociedades, levando-as a tomar como inquestionável o que julgam como certo e definitivo na sua época. Limitações, amarras de medo e insegurança perante outros modos de olhar e exprimir o mundo através da Arte, seja ela qual for, sabendo nós também da existência, em certos casos, de interesses próprios estabelecidos castradores da liberdade de pensamento e opinião.

Van Gogh merecia ter sido mais amado na sua breve passagem pela terra.

M

4 comentários:

Mónica disse...

que palavra tão suave, apreciar, vai bem contigo. concordo com o que dizes, o pior que se continua a fazê-lo com o "presente", ou seja, serão precisos passar quantos anos para as pessoas Apreciarem o presente? bem visto M.

Anónimo disse...

Será que os outros só nos apreciam quando cá já não estamos?
Luisa

bettips disse...

E pensar que não vendeu um único quadro em vida...
Olho o Alentejo com os seus olhos de cores fortes e oblíquas, com noites únicas e árvores torcidas.

Justine disse...

É o medo do desconhecido, o medo da diferença, daquilo que não se entende. E em vez de tentar perceber, condena-se! Assim aconteceu com van Gogh, assim acontece hoje em tantas circunstâncias.