quarta-feira, setembro 02, 2020

4. Licínia

Vem comigo. Há um caminho de vontades que nunca pisámos. Calça as sandálias de atravessar as grécias. Desta vez não persigas os cervos que eles te fugiram para sempre. Dá-me a tua mão e sente na minha a brancura das tardes que me fizeram pitonisa das estradas de breu. Vamos convocar o brilho de um astro para este degredo de espadas embainhadas, de cisnes cantores. Pronunciaremos amor em todas as línguas dos homens até à revolta dos cegos, dos deserdados, dos dementes. Vem pelo caminho infinito da vida e da morte dos mundos. Tens de jurar que não pronuncias palavras de regresso. Nem de perdão.

Licínia

6 comentários:

Justine disse...

Belíssimo texto, excelente fotografia! Tudo perfeito- assim é a vida nalguns raros fulgores

M. disse...

Muito belo este conjunto de palavras e fotografia. Uma prosa poética que sinto como uma afirmação de escolhas, de amor e de esperanças apesar das desditas e dos desesperos dos mundos. Uma vida que não se satisfaz com o trivial e mesquinho caminho dos homens e por eles luta de forma mais elevada.

Mónica disse...

isto está no Olimpo, belíssimo texto e fotografia.

bettips disse...

Uma prosa corrida, de mãos dadas, tão poética que me fez lembrar Sophia. A foto a condizer com as palavras: bela!

Anónimo disse...

Lindos o texto e a foto
Luisa

mena maya disse...

o amor é assim!!! Belos o texto e a fotografia!