S. Brás - “São Brás te afogue que Deus não pode”
Em 29 de Janeiro de 1975 (é precisamente neste dia, já em 2022, que estou a mandar a minha participação!), o superpetroleiro dinamarquês Maersk naufragou na entrada do Porto de Leixões. Trazia 29 toneladas de crude e morreram 7 tripulantes, outros ficaram feridos. O incêndio durou 3 dias e as chamas e fumo tinham mais de 100 metros de altura, sendo vistas a muitos quilómetros da costa. Não fui “lá” ver, observámo-lo, eu e colegas, do 7º andar do edifício onde tínhamos o escritório. Foi uma catástrofe impressionante, viam-se as chamas a 5 km do local. O fumo negro encheu as cidades (Porto e Matosinhos) e muita gente sofreu problemas respiratórios. Toda a marginal da Foz ficou interdita e tive conhecimento de grupos que abandonaram a cidade, nomeadamente os meus patrões e famílias para as suas quintas e casas no campo. Sem falar na destruição poluidora que o derrame causou nestas praias e no ar, as pessoas acorreram a comprar mantimentos porque muitos viviam na “atmosfera” de medo do 25 de Abril de 1974 e eram recorrentes os assaltos, bombas e incêndios, quebras nas cadeias de fornecimento dos víveres. E por aí fora.
Parte da proa do barco ficou encalhada junto ao Castelo do Queijo, durante 20 anos! A minha fotografia P/B está péssima, foi tirada uns meses depois, mas achei que tinha a ver com o texto proposto e queria partilhar este acontecimento recordado convosco. A segunda foto é de 1985.
Bettips
5 comentários:
Não me lembrava dessa tragédia
Luisa
Gostei da reportagem e das fotografias. Não sabia do acontecimento
No fundo da minha memória há uma reminiscência deste acontecimento dramático, que a tua história veio avivar
Um acidente de que já não me lembrava. Trágico. Boa associação de ideias. As fotografias são impressionantes: a de cima parece um tubarão a investir, a segunda a boca aberta do dito.
o tubarão com os dentes alinhados, também pensei nisso
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