Numa Viagem
Gosto muito de viajar, ver, aprender, lembrar mais tarde…
O passeio que recordo agora é relativamente recente, de 2021, tempos pós Covid, quando estava na berra a inauguração da Ponte suspensa de Arouca, que ia de Sítio Nenhum a Nenhures e toda a gente a queria atravessar. Havia filas e bichas de gentinha para colecionar o troféu.
Recebi um programa duma agência turística que incluía a Ponte entre outras opções. Primeiro desdenhei mas após leitura atenta disse para os meus botões: a Ponte não me interessa, mas há tanta coisa de que tenho ouvido falar e nunca fui que, pensando bem, vale a pena ir ver. As Pedras Parideiras, as Fisgas de Ermelo, a Frecha da Misarela, Ponte Fortificada de Ucanha, O Monte Farinha e a N. Senhora da Graça, o Museu das Tribolites, Arco de Baulhe e Terras do Basto eram sítios que eu sabia da sua existência mas nunca tinha posto o pé. E lá fui eu, depois de marcar, rumo ao Norte para me inteirar de tudo isto.
No Museu das Tribolites, depois de observar as prateleiras com as suas explicações e de ver um filme sobre aquele fenómeno, o dono do Museu acrescentou algumas informações e disse estar ao dispor para mais esclarecimentos. Quando as pessoas se começaram a dispersar, dirigi-me ao Sr. e disse-lhe que há cerca de 30 anos tinha visto, no Turismo da Ericeira, uma exposição de umas ardósias marcadas por uns bichos estranhos. O Sr. Valério disse-me que tinha exposto na Ericeira, quando também era jovem, as suas descobertas na pedreira de ardósia onde o seu Pai trabalhava, e tinha passado 15 dias de férias inesquecíveis.
No nosso País, na altura, não houve grandes manifestações e apoios quanto a este fenómeno, mas universidades estrangeiras tiveram muito interesse e apoio.
Estes seres pré-históricos marítimos, com milhões e milhões de anos, tiveram que dar muitas voltas, muitas cambalhotas, para os seus vestígios aparecerem tão longe do mar.
Agrades
8 comentários:
Ignorante como sou, nunca tinha ouvido falar em tribolites
Luisa
Há tempos andei um dia inteiro por esses sítios, que me encantaram. Até a comida é deliciosa...
Há que voltar!
O Museu das Trilobites é muito interessante!
Em Arouca passeei, sem ponte, espreitando os lugares que agora serão mais acessíveis aos olhos, andando entre pedras, penedos, notando, além dos fósseis, espantada as pedras parideiras. Até tenho uma pequenita, que comprei porque achei um fenómeno extraordinário. As trilobites vi-as há muitos anos em Penha Garcia, nas fragas do rio Ponsul: são só 400 ou 500 milhões de anos desde que o mar dali se retirou. A tua descrição é apaixonante e há coincidências espantosas, 30 anos de diferença, em sítios tão diferentes!
Foi através da Bettips, que ouvi falar, pela primeira vez, das pedras parideiras.
Desconhecia a existência das trilobites, que me fazem lembrar o horseshoe crab, que vi nos Estados Unidos. Habita o nosso planeta há mais de 350 milhões de anos.
Interessante o que contas e a espécie de puzzle que construíste. Nunca fui a esse museu nem a essa zona, uma pena pelo que perdi.
Que bela história. Cruzaram-se sem saber? O sr. Valério deve ter ficado muito contente com a tua visita. Não conheço nada do que falas..
Deve ter sido muito interessante essa viagem. Gosto imenso de fósseis e pedras e, no local, será uma maravilha vê-los.
Teresa
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