quarta-feira, janeiro 15, 2025

6. Margarida

 

 

Péke

O Péke era um cão alegre, vivo, aqui nos 50 anos da minha irmã. 

Éramos muitos, talvez 50, entre família chegada e menos chegada, entre portugueses e catalães.

A comida abundava, era Verão e o alecrim crepitava.

Foi surpresa, ela não sabia. O meu pai também foi, já em cadeirinha de rodas.

Mas isto a propósito do Péke, que também era parte da família. “Tripatudo”, aprendeu a viver com um coto. As armadilhas para javalis levaram-lhe o que faltava. Assim mesmo, era feliz. Quando queria marcar território, desequilibrava-se e tendia a cair mas aprendeu por tentativa e erro: o conhecimento empírico canino. Deixou de fazer chichi para um lado, começou a fazer só para o outro. Ou encostava-se a uma parede, não fosse a gravidade traí-lo. O Péke era um amor. Sempre a saltitar, titubeante.

Sopraram-se as velas, entre choros e risos.

Este dia não volta e o Péke também já não.

Margarida

8 comentários:

Anónimo disse...

Sempre bonitas as festas de Família apesar das saudades dos ausentes
Luisa

Mónica disse...

Tão giro o cão, um valente!

bettips disse...

Uma bela história, do Péke e da família que o tratava.

Justine disse...

Pena o Pèke já não estar entre vós, tinha um olhar meigo e a sua elegância não diminuiu com a falta da mão...

Anónimo disse...

Variadas as fotografias do evento. Gostei, principalmente, do alecrim a crepitar
Teresa

Anónimo disse...

Variadas as fotografias do evento. Gostei, principalmente, do alecrim a crepitar
Teresa

M. disse...

Um texto bem elucidativo do que terá sido esse convívio e o que o significou para ti.

mena maya disse...

Tempos dourados, boas recordações. Fantástico o Péke!