Não sei dizer ao certo do que nunca me separaria. A decisão dependeria das circunstâncias. Imprevistas algumas? Fazendo outras parte do desenrolar normal da minha vida? Gosto de várias coisas. Se fosse obrigada a abandonar tudo o que tenho, talvez escolhesse guardar a manta da fotografia. É uma manta de ternura oferecida há muitos anos pelos meus filhos. Compraram-na com a ajuda do pai e mandaram bordar a palavra Mamã. Em noites muito frias uso-a na cama por cima do edredão. E, à semelhança das trouxas de roupa, guardaria também dentro dela os álbuns com fotografias antigas de família e minhas desde que nasci. Fazem parte da minha história. Se não tivesse forças para os transportar, embrulhava-me apenas na manta e nos fios entrelaçados das memórias.
M
6 comentários:
Farias uma boa escolha.
Luisa
Que prenda tão querida, também tens uma mantinha que nasceu de propósito para ti
As mantinhas já começam a precisar de um tema só alusivo a elas.
As palavras do carinho são assim, guardadas, como centelha de outras vidas. É uma "riqueza" como se dizia dantes.
Comovente,. o teu excelente texto, M.!
Maravilhosa a manta. E um texto muito intimista.
Teresa
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