sexta-feira, setembro 29, 2006

As Árvores

















O suplício da árvore

Homem,
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de Inverno.
A sombra amiga, quando queima o sol de Verão.
Sou a estrutura da tua casa, as tábuas da tua mesa.
Sou a cama onde dormes, e a madeira com que fazes os teus navios.
Sou o cabo da tua enxada, e a porta das tuas cercas.
Sou a madeira do teu berço, e ainda do teu caixão.
Escuta a minha prece, sim?

Homem!
Deixa-me viver para temperar os climas e facultar o desabrochar das flores.
Deixa-me viver para impedir os tufões e travar as tempestades de areia.
Deixa-me viver para acalmar os ventos, as nuvens, e ajudar a chuva, que é o veículo da vida no mundo.
Deixa-me viver para impedir as inundações catastróficas que matam.
Sou a fonte de todos os rios, sou a fonte dos riachos.
Sou a verdadeira riqueza da Nação, contribuo até para a prosperidade da mais pequena vila.
Eu embelezo o teu país com a verdura da minha copa.

Homem!
Ouve a minha prece!
Não me destruas!


Texto antigo de um sábio indo-chinês, em Colectânea Natura


Foto de M


2 comentários:

por um fio disse...

Ah como dói «ouvir» esta árvore!
Ela está cheia de razão! Tão amiga do homem e o homem faz-lhe tanto mal!
Eeste poema devia ser colado na porta de toda a gente, na entrada dos jardins e das florestas em letras «monumentais».
E porque não enviada em «sms» para todos os telemóveis? :)
Não, não estou a brincar...
Então não era melhor saber quantas árvores tinham sido salvas naquela hora do que quantos golos o Sporting ou o Porto tinham «sofrido» naquela mesma hora?

por um fio disse...

O teu post lembrou-me uma história sobre uma árvore que aproveitei para contar no PV.
Adoro árvores!
:)