quinta-feira, dezembro 13, 2012

2. Bettips



Que dizer dos espelhos... de água, em que me revia?
Em que os meus pés, ágeis barbatanas de cortar caminhos, mergulhavam no marulhar das algas e das ondas? 
Que dizer dos destemidos marinheiros e da prata viva dos peixes? - névoas de manhãs e incêndios de tardes, luzeiro de noites e torpor de madrugadas, em que me sabia de asas soltas? - 
Olho o chão e sinto ainda nos cabelos, não o som, não a cor, mas o cheiro de mares navegados. 
Não... não quero ter nada … que dizer dos espelhos! 

Bettips

7 comentários:

~pi disse...


belo aroma se desprende até cá, Bettips

se lhe quisesse dar um nome teria que ser tão longo, perfumado e sonoro... como a vida :-)






~

Rocha de Sousa disse...

Esta fotografia é muito sugestiva de lugares e coisas perdas, reinventada de novo, sem espelho, mas com a figura olhando para baixo,revivendo porventura a projecção líquida dos seus cabelos.

Luisa disse...

Esses são os verdadeiros espelhos da vida.

M. disse...

Nesses espelhos que habitam a Natureza te encontras, sem dúvida, porque esses "acrescentam" (palavra tua) o ser humano na Beleza com que o envolvem.

Z ambujal disse...

... mas tiveste. E ainda bem, porque bem dito foi.

Licínia Quitério disse...

Quando todo o mar a nossos pés nos espelha os desejos. Tempo de navegar, de descobrir, de achar. Fica sempre a lembrança das coisas sonhadas. Ficamos nós e a nossa imagem, por vezes una, por vezes divisível.

Justine disse...

O reflexo de tantas das nossas ilusões, dos nossos maiores sonhos, das nossas finitudes e das nossas superações!