3. Jawaa
Que dizer dos espelhos que fitamos e nos mostram quem não conhecemos para além do hábito de simplesmente aceitar.
Que dizer dos espelhos que contemplam, estáticos, mudos, a aparência dos seres, o equívoco dos corpos, sem lhes escutar os murmúrios de espanto, o inconformismo, as alegrias, as dores. Não dramatizam, não perguntam, não mentem.
Só não penetram a alma, não lêem o poema lá dentro - pronto a ser escrito.
Jawaa
7 comentários:
nem o poema nem os ângulos mais belos da alma
nem todas as coisas - que por vezes são mesmo "todas as coisas", essas que são invisíveis e fogem ao espelho e desandam do olhar... :-)
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Muito bela esta imagem dissonante.
E diria que as tuas palavras completam o poema que a Licínia escreveu - e que desconhecias ir ser escrito - como um espelho
Façamos uma jura: não nos olhemos mais ao espelho vito que eles são apenas vidro e não sabem nada da nossa vida.
Belíssima esta imagem que a mim me faz pensar em seda. A seda da existência humana.
... "o hábito de simplesmente aceitar..." saltou-me a frase ao caminho quando comecei o comentário.
Todo o texto será relido... mas essa frase deu-me uma punhada no peito! Fica dito.
No outro lado do espelho está o outro lado de nós. É preciso achar o ângulo de incidência. Nada fácil, não.
E a poesia salva-nos, muitas vezes, das imagens que os espelhos nos devolvem...se não soubermos ver do outro lado!
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