Andei
por aqui num tempo felino.
Éramos
três, as amigas.
Surgimos
do nada. Surgimos da neblina, da mornaça de que foi feito Vitorino
Nemésio.
Escorregámos
no limo da calçada, deslizámos no riso dos momentos, chorámos a
cumplicidade silenciosa e bailámos de roda. Desfilámos nos corsos.
Trabalhámos
o suficiente, rimos o insuficiente, viajámos o impossível.
Ainda
somos três, as amigas.
E se
um dia me perder, procurem-me numa fajã.
Em
jeito de gato.
Margarida
8 comentários:
Uma bela amizade!
Linda a calçada!
Há lá melhor maneira de reincarnar? Gato serei, quando quiser perder-me!
Gato nos Açores, pois claro!
Um texto excelente a acompanhar uma fotografia encantadora, Margarida -
ou vice-versa...
que bela ideia! a tua e a dos calceteiros
Três gatos, três gatas e uma bonita publicação.
Um texto saído das tuas entranhas, Margarida, sente-se nele o teu amor pelos Açores, essas belas ilhas que desejei visitar e onde fui há alguns anos. Interessante a fotografia escolhida e a sua ligação com o texto. E, nem sei porquê lembrei-me do espectáculo "Cats" (terá sido o aspecto das emoções que o texto refere e que também existe no musical?), que tive a sorte de ver em Londres sei lá há quantos anos, talvez mais de 20.
Justine: geralmente inspiro-me na foto p/ dps desenhar o texto. Cm fazem vocês?
Belas lembranças
Luisa
Essas ilhas encantadas, esses verdes brilhantes, esses pretos de lava... é tudo tão bonito.
As tuas palavras também, recordei amizades desatadas: por aqui ficam os meus olhos, gatos numa fresta do tempo, ronronando saudades.
B
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