Esta foto era para aparecer por aqui a preto & branco ou sépia, e trabalhada (sem as pessoínhas lá atrás). Mas a M. recebía-a sempre com péssima resolução, pelo que me fez o favor de a copiar directamente do meu blog, na sua versão original. Não é uma boa fotografia, mas eu sinto-a! :-) Chamei-lhe "O Velho e o Pombo".
Ali à porta dos Correios, andei anos, fazendo horas para ir para o Liceu. A Praça da Batalha era diferente antes da febre do granito. Sinto aí o homem, a pomba e a desgarrada solidão a que estes lugares vão sendo votados. Eu sou das tais que ODEIO a Av, dos Aliados como está e nunca mais a atravessei! Uma ideia exemplar para o tema.
Tantos e tantos casos destes observo aqui em Lisboa, no meu Bairro. Pessoas solitárias à espera de alguém que lhes faça companhia e que nunca aparece. Bela fotografia em si própria e muito ajustada ao tempo. Sente-se nela toda a melancolia da velhice.
Demasiado bonita esta foto, assim natural sem os tais retoques que lhe iriam com certeza retirar o lado humano/desumano da solidão rodeada de gente... Forte! Dermasiada pedra/fria/cinzenta nos rodeia...
Há por aqui tanta coisa que dói... Aquelas cadeiras-palhaços, aquela arvorezita temerosa da sanha camarária, o palácio onde Sá da Bandeira se acoitou, que já nem parece sê-lo quanto mais vender um selo, o Batalha que 'já não vai' é pouco mais do que coisa nenhuma, os eléctricos que foram embora, o basalto do chão que virou paralelo... As memórias do café onde pontuavam Camilo, Junqueiro, Gama, Brandão e tantos outros, também desapareceram... A imagem daquele homem cabisbaixo é, na verdade, o que sobra em tristeza e solidão! Bela imagem! Abraços!
12 comentários:
Mais pungente ainda pela colocação das cadeiras vazias, fixas numa posição de convívio forçado e, neste caso, inexistente...
Praça da Batalha, no Porto?
Sim, exactamente! :-)
Novembro de 2006.
Esta foto era para aparecer por aqui a preto & branco ou sépia, e trabalhada (sem as pessoínhas lá atrás). Mas a M. recebía-a sempre com péssima resolução, pelo que me fez o favor de a copiar directamente do meu blog, na sua versão original.
Não é uma boa fotografia, mas eu sinto-a! :-)
Chamei-lhe "O Velho e o Pombo".
Abraço p'ra ti!
Ali à porta dos Correios, andei anos, fazendo horas para ir para o Liceu. A Praça da Batalha era diferente antes da febre do granito. Sinto aí o homem, a pomba e a desgarrada solidão a que estes lugares vão sendo votados. Eu sou das tais que ODEIO a Av, dos Aliados como está e nunca mais a atravessei! Uma ideia exemplar para o tema.
Inteira adequação ao tema (no sentido em que solidão pode ser uma coisa negativa!)
Tantos e tantos casos destes observo aqui em Lisboa, no meu Bairro. Pessoas solitárias à espera de alguém que lhes faça companhia e que nunca aparece. Bela fotografia em si própria e muito ajustada ao tempo. Sente-se nela toda a melancolia da velhice.
A solidão que dói!
Condenado ao desterro a cumprir pena no seio da sociedade!
Sabe Deus por que circunstâncias...
Cá está a solidão que vi tantas vezes... comque me cruzo e me doi e me revolta todos os dias... a solidão da velhice.
Um vejo sentado só, duas cadeiras vazia, espaço para os amigos que deviam estar mas não estão...
As gentes passam indiferentes... tudo é tão rápido que não há tempo nem para reparar, para trocar umas palavras, um sorriso...
A solidão que assusta!
Quando já nem vale a pena levantar a cabeça pois ninguem acena, ninguem diz bom dia , ninguem para para dois dedos de conversa...
Muito sensivel e tocante... sou particularmente sensivél a esta solidão apc... uma lagrimita teimosa surge sempre que vejo este quadro.
Isabel
Solidão da.. "Espera" ( o diabo seja surdo :-)) )
um abraço
intruso
Demasiado bonita esta foto, assim natural sem os tais retoques que lhe iriam com certeza retirar o lado humano/desumano da solidão rodeada de gente...
Forte! Dermasiada pedra/fria/cinzenta nos rodeia...
Uma fotografias das mais expressivas. Trágica mesmo
Teresa Silva
Sente-se no homem da imagem algo de mais forte do que a solidão que essa pode ser escolhida, o abandono.
Há por aqui tanta coisa que dói...
Aquelas cadeiras-palhaços, aquela arvorezita temerosa da sanha camarária, o palácio onde Sá da Bandeira se acoitou, que já nem parece sê-lo quanto mais vender um selo, o Batalha que 'já não vai' é pouco mais do que coisa nenhuma, os eléctricos que foram embora, o basalto do chão que virou paralelo...
As memórias do café onde pontuavam Camilo, Junqueiro, Gama, Brandão e tantos outros, também desapareceram...
A imagem daquele homem cabisbaixo é, na verdade, o que sobra em tristeza e solidão!
Bela imagem!
Abraços!
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