Estas bonequinhas acompanham-me desde os anos 60, no tempo da União Soviética. O meu pai viajava frequentemente para lá, não sei se por motivos políticos se profissionais. Acho que era um mix… Mas era cachopa demais para entender o que quer que fosse.
Trouxe-me estas matrioskas mas entretanto perdi 2: a Bisavó e a Avó.
Ou parti-as, em bulhas com a minha irmã que se desunhava por ter umas iguais.
Em contrapartida, ela tinha um gorro de pelo de Raposa-Branca-da-Sibéria, que eu cobiçava. Também russo. Era lindo e sentia-se uma czarina.
Um dia combinámos uma permuta: por 1 semana trocávamos de “brinquedos”. Foi 1 semana atípica.
No final, acabámos por enfiar o gorro na Bisavó matrioska e os brinquedos passaram a ser partilhados.
Não sei se ela ainda tem o seu gorro; eu tenho as minhas matrioskas e aqui continuarão até um dia qualquer.
Eu gosto é de histórias.
Margarida
7 comentários:
Uma graça este texto de luta e tréguas conseguidas. Sem dúvida que acredito que é verdade quando dizes "só gosto é de histórias." Nota-se no teu estilo de falar nas e das coisas. Que interpreto como de ligação e ao mesmo tempo de liberdade perante a vida que noto no penúltimo parágrafo.
Irresistíveis, as matrioskas!, guardam-se toda a vida!
Simples brinquedos que trouxeram à memória de todos nós tantas histórias tão bonitas e engraçadas.
Luisa
As tuas matrioskas terão a idade das minhas. Foram brinquedo de todas as crianças que passaram cá por casa. O meu filho usava-as para ensinar "segredos". Estáo cheias de marcas de dentes e pancadas que, nesse tempo, não se pensava no que era tóxico ou não.
Neste momento mesmo estão aqui à minha frente, brincadeira agora da minha pequena neta.
Nunca tive dessas bonecas, mas sempre achei imensa graça, como à tua história.
Também gosto é destas histórias! O gorro devia muito original, não o terás usado lá para os lados da bila?
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