O Steven teve muitos brinquedos, os dele e os das manas. Nunca se importou de partilhar e emprestar, à excepção deste coelho de orelhas azuis, que recebeu de prenda quando nasceu. Impossível separá-los. O da fotografia era ainda era o original, ao longo dos anos fiz novos corpos para esta cabeça, pois o tecido esfarrapava de tanto o passar entre os dedos.
Uma noite, tinha o Steven 5 anos, à hora de ir para a cama não conseguimos encontrar o coelho em lado nenhum. Como não dormia sem ele, pedi à Raquel que lhe emprestasse o seu, o das orelhas cor de rosa, e levei-lho sem acender a luz. Pegou-lhe, cheirou-o e disse logo que não era o dele. Foi um teatro para adormecer.
A partir dessa altura ficou proibido de andar com o coelho durante o dia.
A última vez que fiz um corpo novo ao coelho, já tinha o Steven 25 anos. Levou-o consigo quando foi viver com a namorada.
Mena
7 comentários:
O coelho cor de rosa pendurado por uma orelha apenas. Acho graça. Significativo. A disponibilidade da sua dona para o emprestar ao seu irmão gémeo, o respeito da mãe pela sua vontade de o fazer "pedi à Raquel..." A ternura latente, adivinhada na história. Imprescindível na continuação de vida do Steven fora da sua casa de infância. Gostei muito.
Muito giro. Gostei da desiguladade dos coelhos ao dependuro :)
Uma excelente história que confirma a perspicácia das crianças e a ternura que elas criam nos nossos corações
Que história tão bonita e ternurenta
Luisa
Lindo! É certo que as coisas das crianças ganham um cheiro que só elas identificam.
Uma história original. Achei graça ao Steven levar o coelho aos 25 anos.
Tão queridos os bonecos. Também lavava e cosia os bonecos dos meus filhos, claro que o cheiro se distingue ó mãe Mena!
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