Por alguma razão chamei ao meu blog Palavra Puxa Palavra…
É verdade, a fotografia do relógio que a Maçã de Junho nos mostrou trouxe-me à lembrança a minha visita a Praga há uns anos atrás, por alturas do Festival de Música.
Andei a pé pelas ruas dos bairros antigos, ouvi tocar o relógio com a sua complexidade de mecanismos, observei os artesãos que trabalhavam nessa praça, vi as mais variadas marionetas à venda (fazem parte da tradição daqui), passei por edifícios imponentes, assisti a um concerto no Teatro Municipal, vagueei. Em suma, apreciei esta cidade onde encontrei semelhanças com Florença. Mas a experiência que mais me fascinou foi ter assistido à ópera Rusalka, de Dvorak, representada por marionetas. Belíssimo! E, espantoso também, foi o local do espectáculo. Imaginem um prédio antigo semelhante a um dos prédios da Avenida da Liberdade em Lisboa. Pois entrava-se para o segundo andar como se entrássemos na nossa casa. O mesmo tipo de porta da rua de casa antiga, o mesmo tipo de patamar. Lá dentro, numa sala ampla, estava preparada uma plateia com cadeiras de teatro e um palco com fundo preto ao qual estava sobreposto um cenário colorido. Chegada a hora marcada, a música começa a tocar e as marionetas, com gestos belíssimos e graciosos, movem-se no palco iluminado. E de tal modo se mexiam que me esqueci que elas eram bonecos. Pareciam pessoas! A música, os gestos delicados dos corpos, a expressão dos sentimentos, as cores das roupas com que estavam vestidos, as luzes… Lindo! Só caí em mim quando o espectáculo terminou e a cabeça do artista que manipulava as marionetas apareceu na boca de cena a agradecer. A cabeça dele, enorme comparada com aquelas figuras minúsculas, trouxe-me à realidade.
Recomendo vivamente a quem pense ir a Praga.
M
1 comentário:
Deve ter sido uma experiência fascinante!
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