sexta-feira, julho 06, 2007

A sensibilidade da L. expressa através deste poema que me enviou.

INESPERADAMENTE

já não te espero ver quando abro a porta
mas ainda esbarro com a tua ausência

é tudo o que não foste
o que não fomos
que me atravanca os dias

o espelho em que me vejo empalidece
como um retrato antigo

sinto-me longe

é quinta feira
Março
o tempo não levanta

de resto aprendo que a monotonia
é apenas isto
o regressar contínuo
ao vazio das coisas

(Ultramarino)

Luís Amorim de Sousa

Nascido em Angola. Viveu em Lisboa, Maputo e Londres, onde trabalhou na BBC. Em 1976, ingressa no Ministério dos Negócios Estrangeiros: Washington - Conselheiro de Imprensa junto da Embaixada de Portugal. No mesmo ano transferiu-se para Brasília, Brasil.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tocante e muito belo!

APC disse...

Belíssimo!

bettips disse...

Pequenas hastes que nos guiam, os poetas, a arte da palavras.